22 de dezembro de 2024 Doar
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Arcebispo de San Francisco exorta a se vacinar contra o racismo

Dom Salvatore Cordileone. Crédito: Dennis Callahan | Arquidiocese de San Francisco

No sábado, 10 de abril, na Catedral de St. Mary, em San Francisco (Estados Unidos), o arcebispo Salvatore Cordileone presidiu uma oração pela paz na qual pediu às pessoas que se "vacinem" contra o "vírus" do racismo para que possam acolher melhor os imigrantes que chegam do México, América Central, China e outros países.

"Resumindo, a vacinação contra o racismo pode se resumir em uma palavra: virtude. Essas virtudes estão claramente delineadas na Palavra de Deus para o Domingo da Misericórdia" que foi celebrado no domingo passado, 11 de abril.

Essas virtudes, destacou o arcebispo em sua homilia, são "a generosidade, a acolhida, a confiança, a humildade, a coragem, a convicção, o perdão, e claro, a própria misericórdia".

Dom Cordileone convocou a oração pela paz depois da ocorrência de vários episódios de racismo contra norte-americanos de origem asiática, como os ataques contra três cidadãos na semana de 15 a 19 de março no centro da cidade.

San Francisco é uma das cidades com maior população asiática dos Estados Unidos. No entanto, este grupo experimentou mais ameaças e assédio que qualquer outro grupo racial ou étnico no país durante a pandemia de coronavírus.

Em sua homilia, o arcebispo destacou que "San Francisco sempre foi um lugar importante para a imigração", já que "a nossa cidade sempre foi reconhecida como um lugar que acolhe o estrangeiro e um lugar onde as culturas se harmonizam".

"A violência racial mostra a sua cara feia, especialmente contra os asiáticos que são uma parte vital da vida e da cultura da cidade, desde o começo até hoje. É realmente algo que gera preocupação".

Dom Cordileone lembrou as palavras do papa no dia 21 de março criticando o "vírus" do racismo que sofre mutação e está à espreita, e disse que esse "vírus" nunca "morre, mas há maneiras de se vacinar contra ele".

O arcebispo norte-americano também refletiu sobre o relato dos Atos dos Apóstolos que afirma que os primeiros cristãos tinham tudo em comum e "cada um velava pelo bem do outro e não pensava no que podiam obter", isso exigia "muita humildade".

Com a notícia do Senhor ressuscitado que envia os apóstolos em "missão de perdão, de misericórdia", "o medo e a dúvida se transformam em coragem e em convicção para difundir a misericórdia de Deus por todo o mundo".

"O medo e a dúvida resultam em violência, enquanto a coragem e a convicção em nome da misericórdia resultam nas qualidades necessárias para que uma comunidade diversa viva em paz e unidade", disse o arcebispo de San Francisco.

Por fim, pediu que "San Francisco ensine com o exemplo. Vamos fazer da nossa Golden Gate (ponte icônica de São Francisco cujo nome significa Portão Dourado) um verdadeiro símbolo de uma cidade onde nenhum estranho espere do lado de fora da casa e onde os itinerantes possam dizer "não vagarei mais".

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