22 de dezembro de 2024 Doar
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Europa deve posicionar-se frente ao "genocídio da cultura cristã" em Nagorno-Karabakh

Igreja em Stepanekart, capital del Nagorno Karabakh. | Iniziativa per l'Artsakh in Italia

Nathalie Loiseau, presidente do Subcomitê de Segurança e Defesa do Parlamento Europeu, disse em um recente discurso que o Parlamento Europeu também deve tomar uma posição sobre a perda da herança cristã na região de Nagorno-Karabakh, onde os conflitos entre a Armênia e o Azerbaijão pelo controle do território têm levado à crescente destruição de mosteiros, conventos e igrejas.   

Nagorno-Karabakh é uma região que foi designada para o Azerbaijão por Stalin na década de 1920. O território tinha uma forte população armênia, de raízes cristãs que deixaram uma rica herança de edifícios como igrejas e mosteiros na região, alguns datando do século IV. No entanto, várias dessas construções têm sido destruídas ao longo dos anos pelos azerbaijanos, que são muçulmanos. Alguns estudiosos falaram que a região vem sofrendo um verdadeiro "genocídio cultural" devido à destruição de sua herança cristã

Nagorno-Karabakh permanece uma região disputada, uma espécie de enclave armênio no território do Azerbaijão. A Armênia tentou manter um equilíbrio diplomático, mas ao longo dos anos, ambos os lados trocaram acusações e hostilidades, até o último conflito, que levou ao bombardeio da Catedral de Shushi, e que terminou com um cessar-fogo que ainda não levou a um consistente processo de paz.

Em seu discurso, Nathalie Loiseau também falou sobre esta situação, citando a destruição da igreja de Santa Maria na cidade de Jabrayil em Nagorno-Karabakh, arrasada pelos militares do Azerbaijão em uma ofensiva lançada no outono de 2020.

Loiseau também falou sobre a cidade de Shushi, onde a Igreja Batista de São João foi destruída e a Catedral de São Salvador foi danificada por bombas e mencionou o mosteiro de Yegishe, que foi vandalizado.

"Todos os dias", denunciou Loiseau, "uma pedra de um cemitério cristão armênio em Nagorno-Karabakh ou a estátua de uma igreja é demolida e arruinada. E há todas as razões para temer que essa destruição continue. Lembremo-nos que na República Autônoma de Nakhichevan cerca de 89 igrejas armênias foram destruídas. Mais de 20 mil túmulos e 5 mil lápides foram erradicadas. Não esqueçamos como o cemitério armênio na cidade da república de Julfa foi completa e metodicamente arrasado."

Loiseau também se referiu a declarações de autoridades do Azerbaijão, incluindo o presidente Ilham Aliyev, que "pediu a remoção de inscrições armênias das igrejas, chamando-as de falsificações e atribuindo os edifícios aos albaneses caucasianos".

A comunidade internacional, denunciou Loiseau, "está simplesmente fechando os olhos", para o fato que "atacar o patrimônio cultural de um povo é parte de um esforço deliberado para a limpeza étnica".

Loiseau concluiu seu discurso asseverando que "nenhum conflito pode ser resolvido negando a existência do outro" e que "a luta do território não pode ser deixada apenas nas mãos do Azerbaijão, da Rússia e da Turquia", que não demonstraram uma busca sincera por "uma solução pacífica e equilibrada para o conflito".

Não há tempo que perder, enfatizou Loiseau, é hora "de agir com maior determinação para restaurar e alcançar negociações reais bem sucedidas".

 

 

Publicado em ACI Stampa, traduzido e adaptado por Rafael Tavares. 

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