18 de dezembro de 2024 Doar
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Reitor do pré-seminário do Vaticano afirma que denúncias são “vingança” de ex-aluno expulso

Fachada do tribunal da Cidade do Vaticano. | Vatican Media

Nesta quinta-feira, 15, realizou-se a nona audiência de investigação de supostos abusos sexuais ocorridos no Pré-Seminário São Pio X, no Vaticano. Um tribunal da Santa Sé ouviu o atual reitor da instituição, Pe. Angelo Magistrelli, que negou a acusação noticiada pela mídia italiana e recolhidas em um livro do jornalista Gianluigi Nuzzi, de que um ex-aluno, hoje um sacerdote com 29 anos de idade, teria abusado várias vezes de um colega durante seus anos de estudo na instituição.

Durante a audiência, que durou duas horas e meia, foram ouvidos como testemunhas além do Pe. Magistrelli, o Padre Enzo Pacelli, ex-reitor da Pontifícia Escola Secundária de Sant'Apollinare e o Pe. Luigi Portarulo, um ex-aluno do S. Pio X.

Os réus do caso são os sacerdotes Gabriele Martinelli, 29, e Don Enrico Radice, de 71 anos de idade, que foi reitor da instituição na época dos supostos abusos. Pe. Martinelli é acusado de ter violentado um ex-aluno identificado apenas pelas iniciais L.G., acobertado pelo Padre Radice. O autor das denúncias é um jovem que teria ficado sabendo das violações cometidas por Martinelli e alertou o Vaticano.

O Padre Magistrelli disse, por sua parte, que as acusações eram falsas e eram resultado de um "desejo feroz" de vingança do jovem identificado pela sigla KJ, de origem polonesa, expulso em 2014.

Pe. Magistrelli afirmou que KJ foi banido devido à sua "conduta imprópria" e porque estava "emocionalmente ligado" a um aluno. Ele foi expulso antes da conclusão dos estudos secundários.

Por sua parte, KJ sustenta a versão de que foi expulso porque era ciente dos abusos de Martinelli e alertou as mais altas autoridades eclesiásticas sobre as violações e o encobrimento do então reitor, o Padre Radice

Depois das denúncias do jovem polonês, que chegaram aos ouvidos do Vaticano e foram publicadas no livro "Pecado Original", do jornalista Gianluigi Nuzzi (o mesmo que publicou cartas roubadas pelo mordomo de Bento XVI no caso Vatileaks), o Padre Magistrelli escreveu pessoalmente ao Papa Francisco exigindo a investigação: "Queremos a verdade, somos os primeiros a ficar enlameados. Queremos provas!".

A próxima audiência do caso está marcada para 27 de abril, às 10h30.

História e Serviço

O Pré-seminário San Pio X Foi criado em 1956, por desejo do Papa Pio XII e pelo venerável padre Don Giovanni Folci, fundador de um instituto para o cuidado e preparação de vocações sacerdotais que funciona dentro dos muros do Vaticano. Seus alunos vêm de várias dioceses e servem como acólitos nas missas celebradas na Basílica de São Pedro. Ao mesmo tempo que concluem os estudos secundários, os jovens realizam estudos humanísticos e filosóficos que os preparam para um eventual ingresso no Seminário para dar início à formação sacerdotal.

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