21 de dezembro de 2024 Doar
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Sete pioneiras do feminismo eram pró-vida

Elizabeth Cady Stanton, Dra. Elizabeth Blackwell e Susan B. Anthony | Domínio Público

Em meio a uma realidade na qual grupos feministas buscam a descriminalização do aborto em diversos países, é importante lembrar sete mulheres que foram precursoras do feminismo que, além de trabalharem pelos direitos civis e políticos das mulheres, também se manifestaram a favor da vida e contra o aborto.

A seguir, a lista apresentada por Live Action News dessas feministas do século XIX:

1. Elizabeth Cady Stanton

Elizabeth Cady Stanton lutou pelos direitos das mulheres por mais de seis décadas. Foi uma ativista pela abolição da escravatura, mas depois ficou frustrada devido ao fracasso do movimento abolicionista em incluir as mulheres como iguais.

De seu descontentamento e de outras feministas da época, surgiu a "Declaração de Seneca Falls", o texto fundacional do movimento sufragista e do feminismo organizado nos Estados Unidos.

Stanton era redatora do jornal La Revolución, professora itinerante, líder da Associação Nacional do Sufrágio Feminino e mãe de sete filhos.

"O Dr. Oaks fez a observação de que, de acordo com a melhor estimativa que poderia fazer, havia 400 assassinatos por aborto anualmente somente naquele condado. Deve haver um remédio para um mal como esse. Mas onde o encontrar, ao menos em um primeiro momento, senão na completa emancipação e elevação das mulheres?", escreveu em sua obra Child Murder.

2. Sarah F. Norton

Sarah Norton foi uma conferencista conhecida por seu ativismo pela admissão de mulheres na Universidade Cornell. Ela foi colaboradora de La Revolución e de outras publicações feministas.

Em seu artigo "Tragédia - Social e Doméstica", abordou o caso de uma mulher que morreu depois que seu parceiro lhe deu veneno para abortar seu filho:

"Aqui vemos que um marido comprou veneno para sua esposa e seu potencial descendente! Talvez, não com um desejo de matar a esposa, mas como as possibilidades são de 5 a 1 contra cada mulher que tenta abortar, não pôde deixar de perceber o perigo. Se este esquema tivesse sucesso em destruir apenas a vida buscada, qual poderia ser o crime do homem e qual deveria ser o seu castigo se, como acessório de um assassinato, comete dois?".

3. Victoria Woodhull

Victoria Woodhull foi a primeira mulher a declarar sua candidatura à presidência em 1870 como uma forma de aumentar a conscientização sobre o sufrágio das mulheres.

Woodhull e sua irmã começaram seu próprio jornal feminista no qual apareceu um artigo intitulado "The Slaughter of Innocents" escrito em conjunto por ambas as irmãs.

Um fragmento afirma o seguinte: "As esposas deliberadamente se permitem engravidar de crianças e depois, para evitar se converter em mães, deliberadamente os assassinam ainda quando estão em seus úteros. Pode haver uma condição mais desmoralizada que esta? Somos conscientes de que muitas mulheres tentam se justificar para praticar abortos dizendo que não é um assassinato. Mas, o fato de recorrer a um argumento tão débil só demonstra mais palpavelmente que percebem a grandeza do crime."

4. Maddie H. Brinckerhoff

Maddie Brinckerhoff foi uma popular conferencista que lutou pelo sufrágio feminino e outras causas dos direitos das mulheres.

Como se referiu diversas vezes ao que chamou de "maternidade voluntária", junto com várias outras feministas da época, suas palavras levaram a certa confusão.

Quando as primeiras feministas usaram o termo "maternidade voluntária", não estavam se referindo ao aborto ou à contracepção. Em vez disso, referiam-se ao direito das mulheres de se absterem de relações sexuais no casamento e ao dever dos homens de respeitar o direito das mulheres de rejeitarem suas investidas.

Dessa forma, argumentaram, as mulheres teriam controle sobre quando ser mães. Brinckerhoff, que defendia a maternidade voluntária, era contra o aborto e escreveu em La Revolución:

"Quando um homem rouba para saciar a fome, podemos concluir com segurança que há algo errado na sociedade, então, quando uma mulher destrói a vida de seu filho nascituro, é uma evidência de que, devido à educação ou às circunstâncias, ela foi muito maltratada".

5. Doutora Elizabeth Blackwell

A doutora Elizabeth Blackwell foi a primeira mulher a se formar em medicina. Ela foi ativa no movimento sufragista e abolicionista. Aqui, descreve o nascituro e por que ele deve ser protegido:

"Veja o primeiro vislumbre da vida, a vida do embrião, o começo da existência humana. Vemos uma pequena célula, tão pequena que pode ser facilmente esquecida. É uma célula viva; contém um poder de crescimento progressivo, segundo as leis, segundo um tipo definido, que só podemos contemplar com reverente admiração".

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Em seu diário, Blackwell também escreveu sobre Madame Restell, uma conhecida abortista ilegal de Nova York:

"A perversão bruta e a destruição da maternidade pela abortista, me encheu de indignação, e despertou o antagonismo ativo. Ter o honorável termo "médica de mulheres" aplicado somente às mulheres que desenvolvem esse comércio chocante me pareceu um horror. Foi uma degradação total do que pode e deve se tornar uma posição nobre para as mulheres.

6. Doutora Charlotte Lozier

A doutora Lozier foi outra das primeiras médicas do sexo feminino nos Estados Unidos. Ela foi ativa na luta pela igualdade de direitos.

Um artigo foi publicado em La Revolución sobre o que aconteceu quando um homem pediu a sua companheira para fazer um aborto ilegal: "(A doutora) assegurou-lhe que tinha vindo ao lugar errado para realizar este ato vergonhoso, repugnante, antinatural e ilegal. Ofereceu à jovem qualquer tipo de ajuda, advertiu-a e aconselhou-a contra o ato temeroso que ela e seu acompanhante (a quem chamou de primo) propunham".

7. Susan B. Anthony

O jornal de Susan B. Anthony, La Revolución, publicou uma série de editoriais antiaborto durante seu tempo de circulação, de 1868 a 1872. Inclusive, se recusou a permitir vendas de anúncios abortivos, embora muitos jornais e publicações o fizessem para ganhar dinheiro.

Alguns estudiosos atribuem a Anthony um dos artigos pró-vida mais poderosos já publicados em La Revolución, embora só tenha sido publicado com sua inicial.

O artigo, intitulado "Assassinato infantil", dizia o seguinte: "Culpável? Sim, não importa o motivo, o amor pela facilidade ou o desejo de salvar o inocente não nascido do 'sofrimento', a mulher é terrivelmente culpada pelos erros que comete. Ela vai sobrecarregar sua consciência na vida, vai sobrecarregar sua alma na morte. Mas, oh, três vezes culpado é aquele que, por gratificação egoísta, sem prestar atenção às orações da mulher e indiferente ao seu destino, a conduziu ao desespero que a leva ao crime".

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