Ao terminar o Ramadã, a Santa Sé reitera seu desejo de diálogo com muçulmanos

VATICANO, Oct 14, 2005 / 17:21 pm

Com motivo da festa anual do "Id al-Fitr", ao final do mês do Ramadã, o Presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Dom. Michael Fitzgerald, reiterou a decisão da Igreja de aprofundar o diálogo com os muçulmanos e fez votos para que junto com os cristãos vivam "em uma sincera fraternidade".

"Mostremos que como cristãos e muçulmanos, podemos viver juntos em uma sincera fraternidade, tratando de cumprir sempre a vontade de Deus Misericordioso, que criou a humanidade para que fosse uma família", expressou Dom. Fitzgerald na tradicional mensagem com motivo do final do Ramadã.

No comunicado "Continuando pelo caminho do diálogo", o Presidente do Pontifício Conselho dirigiu ao mundo muçulmano seus "melhores auspícios de uma festividade gozosa".

Depois de ressaltar o compromisso e relevância do Papa João Paulo II no diálogo com os irmãos muçulmanos –que se evidenciou no reconhecimento que muitos personagens islâmicos lhe prestaram em seu funeral em abril de 2005–, Dom. Fitzgerald ressaltou a saudação que o atual Pontífice Bento XVI lhes dirigiu ao início de seu pontificado.

"Agradeço em particular à presença entre nós dos membros da comunidade muçulmana, e expresso minha avaliação pelo progresso do diálogo entre muçulmanos e cristãos, tanto a nível local como internacional. Asseguro-lhes que a Igreja quer seguir construindo pontes de amizade com os seguidores de todas as religiões, para procurar o verdadeiro bem de cada pessoa e da sociedade inteira", disse o Papa naquela ocasião.

É costume que o Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso envie uma mensagem aos muçulmanos com motivo do final do Ramadã. Embora geralmente seja o Presidente do organismo vaticano quem assine a mensagem, em 1991, com ocasião da primeira Guerra do Golfo, a mensagem foi assinado pelo Papa João Paulo II. Naquela oportunidade, o falecido Pontífice afirmou a necessidade de "um diálogo sincero, profundo e constante entre católicos e muçulmanos, de que possa surgir um maior conhecimento e confiança recíproca".