23 de novembro de 2024 Doar
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O que São Tomás More diria ao Caminho Sinodal alemão

São Tomás More pintado por Hans Holbein, o jovem | Domínio público

O teólogo espanhol José Antonio Fortea especulou sobre o que o mártir São Tomás More poderia ter dito aos católicos alemães depois que padres e agentes pastorais desafiaram a proibição da Igreja e abençoaram casais homossexuais na segunda-feira.

A bênção foi a mais recente controvérsia na igreja alemã, que discute, em seu Caminho Sinodal, mudanças na estrutura da Igreja, ordenação de mulheres e adaptação da moral sexual católica aos novos hábitos, inclusive o homossexualismo.

São Tomás More foi decapitado em 1535 por rejeitar a autoridade sobre a Igreja na Inglaterra que o rei Henrique VIII usurpou para anular seu casamento. More era advogado e conselheiro da corte de Henrique VIII.

Na opinião do padre Fortea, o santo poderia ter tomado a palavra no sínodo alemão e dito a mesma coisa que disse aos seus juízes: "Este reino, sendo nada mais do que um membro e uma pequena parte da Igreja, não poderia fazer uma lei que não estivesse de acordo com a lei geral da Igreja Católica e universal de Cristo. Tampouco a cidade de Londres, sendo nada mais do que um membro pequeno, poderia fazer uma lei que vinculasse todo o reino contra um ato do Parlamento."

More também poderia, segundo o teólogo espanhol, repetir aos bispos alemães que querem mudar a doutrina universal e constante da Igreja, a mesma coisa que disse no século XVI: "E eu também digo que sua lei foi mal feita, porque você fez profissão e jurou não fazer nada contra a Igreja, que é una, inteira e indivisa em toda a cristandade, e você não tem autoridade alguma, sem o consentimento de outros cristãos, para fazer uma lei contra a dita união da cristandade".

O padre Forte disse que "o martírio desse santo projeta alguma luz sobre a questão do sínodo alemão atual".

Em 1531, diz o teólogo, quando o rei Henrique VIII pressionou os bispos para que o declarassem chefe da Igreja, eles cederam por "covardia", mas disseram em um documento que o monarca seria chefe "até onde permite a lei de Cristo."

A mesma coisa seria verdade para o Caminho Sinodal alemão. "O sínodo pode deliberar sobre as questões, aprovar ou proibir, mas apenas na medida permitida pela lei de Cristo. Nada mais", disse Fortea.

O padre espanhol contou que "em 1532 Henrique VIII continuou a ameaçar. O importante era que os bispos renunciassem a toda obediência à jurisdição do Santo Padre. Agora, basicamente, o que está sendo levantado naquele sínodo alemão é o mesmo: a autoridade do Santo Padre. O Caminho Sinodal se submete a essa autoridade, sim ou não? Os bispos ingleses acabaram assinando um documento que, com justiça, se chamou Submissão do Clero".

Acontece o mesmo hoje, diz Fortea. "O clero lê, escuta e obedece à Palavra de Deus? Ou o clero se submete à vontade dos homens? Submissão às leis de Deus é uma coisa e submissão à maioria diante dessa Palavra é outra bem diferente".

"Se a Bíblia é a verdade, a submissão a uma vontade unida diante dessa Palavra é uma submissão. Submeter-se à vontade de um monarca é o mesmo que submeter-se a uma maioria de vontades unidas", acrescenta. "Quem tem a supremacia da verdade? Palavra de Deus ou sínodo nacional?", perguntou.

O teólogo espanhol disse que atualmente "certas leis são aprovadas repetindo-nos mil vezes que devem favorecer a liberdade dos outros, mas que os católicos não são obrigados a fazer nada que não desejem. Isso não é verdade. Assim que a lei for aprovada, os católicos serão acusados ​​de discriminação. E multas e prisão serão aplicadas a eles conforme sua omissão for considerada mais ou menos prejudicial aos 'direitos dos outros' ".

Durante o julgamento que resultou em sua condenação à morte, Santo Tomás More disse "algo que tem sido a regra por todo o tempo em que o cristianismo durou: Não sou obrigado a adaptar minha consciência ao conselho de um reino contra o conselho universal da cristandade.'", disse o teólogo.

Tomás More também poderia ter dito ao Caminho Sinodal da Alemanha: "Para cada bispo teu, tenho mais de cem santos do meu lado, e para cada concílio ou parlamento teu, tenho todos os conselhos realizados durante os últimos mil anos."

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