Vaticano, May 13, 2021 / 08:51 am
Hoje se completam 40 anos da tentativa de assassinato do papa São João Paulo. "O Santo Padre caiu e sangrava muito, eu entrei em choque; mas sabia que tínhamos que agir para salvar sua vida", disse ontem o cardeal Stanisław Dziwisz, então secretário pessoal do papa e hoje cardeal e arcebispo emérito de Cracóvia.
No dia 13 de maio de 1981, o papa, de pé num carro aberto, saudava cerca de 10 mil pessoas na praça de São Pedro quando o turco Mehmet Ali Ağca atirou quatro vezes de curta distância com uma pistola semi-automática de 9mm Browning Hi-Power.
O papa polonês caiu nos braços do então monsenhor Dziwisz. "São João Paulo II, apesar da dor, permaneceu calmo, confiou-se a Deus e a Maria, e já a caminho do hospital, perdendo a consciência, disse-me que perdoava o assassino".
João Paulo II foi levado ao hospital com duas balas alojadas em seu intestino inferior. Outras duas balas atingiram seu dedo indicador esquerdo e seu braço direito.
Dziwisz, que foi secretário pessoal do papa, disse acreditar que João Paulo II foi alvo da tentativa de assassinato por causa de sua oposição ao regime comunista soviético da Rússia.
"A tentativa de assassinato contra João Paulo II foi a consequência de sua firme exigência de respeito aos direitos humanos, especialmente no contexto da exploração das pessoas por parte do totalitarismo", disse ele.
"Naquela época, um papa assim era inconveniente para muitos".
João Paulo II, nascido Karol Wojtyła, sobreviveu à ocupação nazista da Polônia e ajudou a liderar a resistência da Igreja ao regime comunista que se seguiu.
"Ele mesmo veio da Polônia, um país que viveu as atrocidades do nazismo e do comunismo no século XX. Ele compreendeu perfeitamente os danos causados pela violência totalitária usada pelas autoridades contra cidadãos individuais e sociedades inteiras", disse Dziwisz.
"É por isso que ele foi firme ao exigir que os direitos e a dignidade de todo ser humano fossem respeitados. Ele pagou um alto preço por isso, mas a tentativa de assassinato não interrompeu sua missão", declarou.
O disparo foi feito no dia 13 de maio, dia da festa de Nossa Senhora de Fátima e do aniversário da primeira aparição da Virgem Maria aos três pastorinhos na Cova da Iria, em Portugal, em 1917.
João Paulo II creditou a Nossa Senhora de Fátima a salvação de sua vida. "Uma mão puxou o gatilho, outra guiou a bala", disse.
No primeiro aniversário da tentativa de assassinato, João Paulo II foi ao Santuário de Nossa Senhora de Fátima agradecer a Maria por ter salvo sua vida.
O papa perdoou publicamente Ağca após o tiroteio. Em 1983, ele visitou o atirador turco na prisão de Rebibbia em Roma.
"Ele disse repetidamente que sua vida foi salva graças a Nossa Senhora. Ele visitou o assassino na prisão e falou com ele por um tempo", recordou Dom Dziwisz.
"Os inimigos do papa não conseguiram detê-lo com violência; ele tinha uma missão confiada a ele por Deus, que continuou até o fim".
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