22 de novembro de 2024 Doar
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Igreja terá primeira noiva beata

Sandra Sabattini. Crédito: Comunidade do Papa João XXIII

A jovem leiga Sandra Sabattini, falecida aos 23 anos quando era noiva, será beatificada em 24 de outubro de 2021. Será a primeira noiva beata dos dois milênios de cristianismo. Quando morreu atropelada, aos 23 anos, Sandra Sabattini estava noiva de Guido Rossi, com quem sonhava ir à África para fundar uma comunidade que serviria aos "últimos dos últimos".

A celebração será presidida pelo prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, cardeal Marcello Semeraro, na cidade italiana de Rimini, onde nasceu a serva de Deus.

Segundo o bispo de Rimini, dom Francesco Lambiasi, Sandra Sabattini "é uma figura que pode ser apontada como ícone verosímil e atraente da santidade que está ao nosso lado: não são necessárias experiências excepcionais de compromisso ascético ou de contemplação mística".

"Tudo o que nossa querida Sandra precisava era o tecido de uma vida comum, tecido com uma fé viva, sustentada por uma oração intensa e ampla. Uma vida empregada no cumprimento feliz e fiel do seu dever, pontuada por pequenos gestos de amor levados ao extremo, na amizade apaixonada com o Cristo pobre e servidor, no generoso e incansável serviço em favor dos pobres. Uma vez que conheceu Jesus pessoalmente, já não podia deixar de amá-lo, centrar-se nele, viver para ele, na Igreja", acrescentou Lambiasi.

Padre Oreste Benzi, fundador da Comunidade Papa João XXIII, à qual Sandra Sabattini pertencia, foi quem promoveu sua causa de beatificação. A beatificação estava inicialmente marcada para 14 de junho de 2020, mas foi suspensa devido às medidas de combate à covid-19.

Sandra Sabattini nasceu em 19 de agosto de 1961, em Riccione, e viveu seus primeiros anos no município de Misano Adriatico, na província de Rimini. Aos 4 anos, ela e sua família se mudaram para a casa paroquial da paróquia de San Girolamo, onde era pároco um de seus tios, padre Giuseppe Bonini, irmão de sua mãe.

Com uma família profundamente católica, Sandra começou a escrever um diário pessoal em 24 de janeiro de 1972. Três anos depois, conheceu o padre Oreste Benzi, fundador da Comunidade Papa João XXIII, que se dedicava aos "últimos" da sociedade. Foi ele que promoveu a causa de beatificação de Sandra Sabattini.

Após uma experiência missionária com o grupo, a serva de Deus voltou para casa com uma certeza: "Nós quebramos nossos ossos, mas essas são as pessoas que nunca abandonarei".

Sandra entrou na universidade para estudar medicina. Em seu tempo livre e em suas férias, dedicava-se a atender os doentes.

Com uma vida intensa de oração, o terço diário e a meditação cotidiana da Palavra de Deus, Sandra também tinha o costume de rezar na primeira hora de cada ano, de meia-noite à 1h, diante do Santíssimo Sacramento.

Aos 20 anos, conheceu Guido Rossi, com quem compartilhava os mesmos ideais, como o sonho de ir para a África a fim de fundar uma comunidade que serviria aos "últimos dos últimos".

Em 29 de abril de 1984, aos 23 anos, ia com Guido a um encontro da Comunidade Papa João XXIII. Assim que saiu do carro e esperava para atravessar a rua, foi atropelada por outro veículo que seguia na direção contrária. Foi levada ao Hospital Bellaria de Bolonha, onde acabou morrendo faleceu em 2 de maio.

Milagre

Em 19 de julho de 2007, Stefano Vitali, que na época tinha 41 anos, foi milagrosamente curado de uma metástase por intercessão de Sandra. Toda a sua história foi relatada no livro "Eu vivo por um milagre. Foi assim que Sandra Sabattini me curou", publicado em italiano.

Em várias ocasiões, Vitali deu seu testemunho de cura. Em uma transmissão pela televisão, ele indicou que a cura "não foi apenas física, mas acima de tudo espiritual" e acrescentou que Sandra lhe mostrou "o caminho a seguir para alcançar a serenidade e cumprir minha vocação".

"E se ela fez isso comigo, que sou uma pessoa teimosa, com maior razão ainda poderá fazê-lo com tantos que a encontrarão no futuro!"

A Associação Comunidade Papa João XXIII é uma associação internacional de fiéis de direito pontifício.

Foi fundada em 1968 pelo Pe. Oreste Benzi e, desde então, tem procurado comprometer-se "concreta e continuamente na luta contra a marginalização e a pobreza".

A Comunidade Juan XXIII está presente em 40 países com casas-família, cooperativas sociais e educacionais, casas de oração e serviço para o acompanhamento de quem enfrenta problemas durante a maternidade, entre outras iniciativas.

Em 2014, o papa Francisco recebeu alguns dos seus membros no Vaticano e elogiou o carisma do fundador, padre Oreste Benzi, porque "o seu amor pelos pequenos e pobres, pelos excluídos e abandonados, estava enraizado no amor de Jesus crucificado, que se fez pobre e o último para nós".

Francisco destacou uma das primeiras iniciativas do grupo, que consistia num "simpático encontro com Cristo" para os adolescentes, que conduziu os jovens a um "encontro vital e radical com Ele, como herói e amigo". Por isso, o papa convidou a todos a fazer da Eucaristia o centro das casas-família e de toda a atividade social e educativa da comunidade.    

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