21 de novembro de 2024 Doar
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Caminho sinodal da Itália não seguirá modelo alemão, diz cardeal

Cardeal Bassetti, presidente dos bispos italianos. | Daniel Ibáñez / ACI Prensa

A Igreja na Itália empreenderá um "caminho sinodal" com "fidelidade ao magistério do bispo de Roma", conforme acordado na 74ª Assembleia Geral da Conferência Episcopal Italiana (CEI), que concluiu em Roma nesta quinta-feira, 27 de maio, com o lema "Anunciar o Evangelho em tempos de renascimento. Para iniciar um caminho sinodal".

Segundo o presidente da CEI, o cardeal Gualtiero Bassetti, bispo de Perugia-Città della Pieve, em declarações aos meios de comunicação, "o nosso não é um sínodo, é um caminho sinodal que parte de condições muito diferentes daquelas que se desenvolvem na Alemanha", afirmou referindo-se ao o polêmico "sínodo" promovido pelos bispos alemães onde vêm sendo debatidos temas que extrapolam as atribuições de uma conferência episcopal nacional, como a intercomunhão, o celibato, a ordenação de mulheres ou a bênção de uniões de pessoas do mesmo sexo.

Segundo Bassetti, o caminho alemão "enfrenta alguns problemas muito particulares e acho que o nosso povo está enfrentando desafios muito diferentes: a solidão, a educação dos filhos, os problemas de quem não consegue pagar as contas no fim do mês por não ter um trabalho, os problemas de imaturidade afetiva que levam as famílias a se desintegrarem...".

"Vamos enfrentar todos esses problemas. Mas os do celibato sacerdotal, do sacerdócio feminino, não são os problemas fundamentais que afetam atualmente a Igreja e a humanidade".

Já no discurso introdutório da assembleia, proferido no dia 25 de maio, o presidente da CEI deixou claro que qualquer caminho sinodal que as igrejas locais empreendam deve ser realizado com "fidelidade ao magistério do bispo de Roma".

Nesse discurso, o cardeal Bassetti também rejeitou que o caminho sinodal envolva mecanismos democráticos, porque "a opinião da maioria nem sempre está de acordo com o Evangelho e a tradição". "O 'sentido da fé' do 'povo de Deus' não se expressa com simples mecanismos democráticos, porque a opinião da maioria nem sempre está de acordo com o Evangelho e a Tradição", disse. O sensus fidei "se alimenta da humilde recepção da Palavra de Deus, da celebração dos sacramentos, da fraternidade e da oração, ou seja, das quatro ´qualidades´ da primeira comunidade cristã".

Bassetti afirmou que os fiéis da Igreja na Itália "têm a graça de estar particularmente unidos a Pedro: agradecemos ao bispo de Roma, o nosso Papa, pelo alento que ele constantemente nos dá".

"A Igreja que está na Itália nunca se opôs e nunca estará em contraposição a Pedro, ao seu magistério, à sua palavra. Por isso, hoje, como sempre ocorreu na nossa história, somos chamados a viver a sinodalidade, a traçar um 'caminho sinodal'", frisou o presidente do CEI.

No seu discurso, o cardeal afirmou que "o 'caminho sinodal' representa o processo necessário que permitirá à nossa Igreja na Itália estabelecer um estilo próprio de presença na história que seja verossímil e confiável, porque permanecerá atenta às complexas mudanças que estão ocorrendo e desejosa de transmitir a verdade do Evangelho nas variadas condições de vida dos homens e mulheres do nosso tempo".

Bassetti insistiu no apelo do pontífice "a ser uma Igreja sinodal no caminho traçado pelo Concílio Vaticano II". O cardeal recordou as palavras do papa Francisco no discurso de 30 de janeiro, no encontro promovido pela secretaria nacional de catequese: "O concílio é o magistério da Igreja. Ou você está com a Igreja e, portanto, segue o concílio, ou você não segue o concílio, o interpreta do seu jeito, e não está com a Igreja".

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