20 de dezembro de 2024 Doar
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Papa Francisco sobre a Santíssima Trindade: Deus não é solidão, é comunhão

Papa Francisco no ângelus de 23 de maio. | Daniel Ibanez / ACI Group

Diante de um grupo de fiéis reunidos na Praça de São Pedro neste domingo, 30 de maio, dia em que a Igreja celebra a Solenidade da Santíssima Trindade, o papa Francisco destacou que Deus não é solidão, e sim comunhão. "Hoje nesta festa, celebramos Deus, o único Deus, três pessoas que não são três deuses, é um só Deus", destacou o pontífice. As pessoas da Trindade não são "adjetivações" ou "emanações" de Deus, "são verdadeiras pessoas" a "quem podemos rezar".  O papa ensinou que a Trindade é a fonte da unidade da Igreja e é "essencial para todo cristão".

"A Santíssima Trindade é um mistério imenso, que excede a capacidade de nossa mente, mas que fala ao nosso coração, porque o encontramos encerrado naquela expressão de São João que resume tudo do Apocalipse: "Deus é amor" (1 Jo 4,8.16)".

"Na medida em que ele é amor, Deus, embora seja um e apenas um, não é solidão, mas comunhão", destacou o papa, frisando que "o amor, de fato, é essencialmente um dom de si".

"Em sua realidade original e infinita é o Pai que se entrega gerando o Filho, que por sua vez se entrega ao Pai, e seu amor mútuo é o Espírito Santo, o vínculo de sua unidade", disse.

Este mistério, que segundo Francisco "não é fácil de entender, mas pode ser vivido", foi-nos "revelado pelo próprio Jesus".

Jesus "nos fez conhecer a face de Deus como o Pai misericordioso; Ele se apresentou, verdadeiro homem, como o Filho de Deus e a Palavra do Pai; Ele falou do Espírito Santo que procede do Pai e do Filho, o Espírito da Verdade, o Espírito Paráclito, ou seja, nosso Consolador e Advogado".

O papa recordou o episódio em que Jesus apareceu aos Apóstolos depois da Ressurreição, ressaltando que "Jesus os enviou para evangelizar "todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo"".

"A festa de hoje, então, nos faz contemplar este maravilhoso mistério de amor e luz do qual viemos e para o qual nossa viagem terrena é dirigida. Ao mesmo tempo, ela nos convida a fortalecer nossa comunhão com Deus e com nossos irmãos e irmãs, bebendo da fonte da Comunhão Trinitária. Pensemos na última grande oração de Jesus, elevada ao Pai imediatamente antes de sua Paixão", disse.

"Ao final dessa oração - como um testamento espiritual - surge no coração de Cristo uma súplica expressando a vontade do Pai. Ouçamos novamente as palavras de Jesus tiradas do Evangelho de João: "Que todos sejam um; assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, que eles também estejam em nós, para que o mundo acredite que tu me enviaste".

"Na proclamação do Evangelho e em toda forma da missão cristã, não podemos desconsiderar esta unidade invocada por Jesus; a beleza do Evangelho exige ser vivida e testemunhada em harmonia entre nós, que somos tão diferentes!".

"A unidade é essencial ao cristão", acrescentou o Santo Padre.

Ao final de sua reflexão o papa Francisco rezou a Maria Santíssima, que "em sua simplicidade e humildade, reflete a Beleza do Deus Uno e Trino", pedindo "que ela sustente nossa fé; que ela nos faça adoradores de Deus e servos de nossos irmãos e irmãs".

Terminando a catequese o Papa mencionou o testemunho das 3 leigas espanholas beatificadas no sábado, 29, na Espanha. As três jovens mulheres eram enfermeiras católicas que foram mártires e que morreram por realizar seu trabalho durante a Guerra Civil Espanhola, em Somiedo, nas Astúrias, Espanha. O papa destacou seu testemunho corajoso e pediu aos fiéis na praça de São Pedro que dessem uma salva de palmas às novas beatas.

Por último o papa pediu orações pelo seu próximo encontro com as principais autoridades cristãs do Líbano, que quem se encontrará no Vaticano no dia 1 de julho.

O papa Francisco tem acompanhado com preocupação a situação do Líbano, marcada por graves tensões. No último 22 de abril o pontífice recebeu o primeir-ministro libanês, Saad Hariri.

Após seu encontro com o primeiro-ministro Hariri, a sala de imprensa da Santa emitiu um comunicado indicando que o papa reafirmou "o seu desejo de visitar o país assim que se reúnam as condições", e "manifestou a esperança de que o Líbano, com a ajuda da comunidade internacional, volte a encarnar a fortaleza dos cedros, a diversidade que da fragilidade se torna força no grande povo reconciliado, com a sua vocação de ser uma terra de encontro, de convivência e de pluralismo".

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