22 de dezembro de 2024 Doar
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Cardeal Zen lembra massacre de Tiananmen e pede justiça

Imagem ilustrativa | Unsplash

O bispo emérito de Hong Kong, na China, cardeal Joseph Zen Ze-kiun, orou na sexta-feira pelas vítimas do massacre da Praça Tiananmen, na celebração do acontecimento ocorrido há 32 anos atrás.

Durante a homilia, na missa realizada na sexta-feira, dia 4 de junho, o cardeal também pediu justiça, informou a AsiaNews. Em 4 de junho de 1989, o governo atacou manifestantes chineses após quase dois meses de protestos pró-democracia na Praça Tiananmen, em Pequim, com tanques e tiros. Embora o regime alegue que 241 pessoas morreram e 7 mil ficaram feridas, um telegrama diplomático do embaixador britânico na China indicava, na época, que pelo menos 10.000 pessoas morreram.

"Recusamo-nos a ser pessimistas. Não ficaremos desanimados. Em memória dos mortos, dos assassinados há 32 anos, nossa prece é também para que o Senhor oriente os governantes a trilhar o caminho da justiça e da paz", disse o cardeal Zen.

As autoridades de Hong Kong, pelo segundo ano consecutivo, restringiram os eventos planejados que comemoram o massacre, alegando medidas de combate à pandemia de covid-19. Em 2020, milhares de pessoas desafiaram a polícia para participar das comemorações. Sete igrejas em Hong Kong planejaram vigílias à luz de velas para comemorar o massacre.

Em 2020, o poder das autoridades da China continental aumentou em Hong Kong, após a imposição de uma lei de segurança nacional na região.

O cardeal Zen disse, na sexta-feira, que o massacre pode "distanciar-se gradualmente de nós, mas parece reaparecer diante de nossos olhos".

Políticos americanos de ambos os lados do espectro político também falaram sobre o aniversário do massacre.

"Aquelas pessoas tinham um pedido nobre e simples: reconhecer e respeitar nossos direitos humanos, que estão consagrados na Declaração Universal dos Direitos Humanos", disse o secretário de estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, sobre os manifestantes de Tiananmen.

"Em vez de atender aquele pedido com dignidade e em um debate aberto, as autoridades da República Popular da China responderam com violência", disse ele.

A porta-voz da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, manifestou-se de forma semelhante, dizendo que o "4 de junho é uma data que está, e sempre deve estar, gravada na consciência de todos os amantes da liberdade". Ela se referiu ao massacre como algo "horrível".

"Embora a China tenha mudado na última geração, o terrível histórico de direitos humanos de seu governo não mudou. A comunidade internacional deve continuar se pronunciando energicamente, a uma só voz, em defesa de todos os perseguidos por Pequim: os tibetanos, cuja religião, cultura e língua Pequim tenta apagar brutalmente; o povo de Hong Kong, cujos direitos básicos são destruídos diariamente; os uigures, submetidos a uma campanha de genocídio; e os incontáveis ​​ativistas inocentes dos direitos humanos, que estão definhando em celas de prisão no continente", disse Pelosi.

Pelosi pediu um boicote diplomático aos Jogos Olímpicos de Inverno, que estão programados para serem realizados em Pequim, no ano 2022.

"O mundo não pode agir como se não houvesse nada de errado com a realizar dos Jogos Olímpicos em um país que comete genocídio e comete violações massivas dos direitos humanos. O silêncio sobre esta questão permite abusos por parte da China", disse ele.

O congressista Chris Smith, falando na cerimônia de abertura do Victims of Communism Memorial Hall, disse que os americanos devem renovar seu compromisso "com a liberdade de todos os homens, mulheres e crianças que vivem na China".

"Devemos ousar ter esperança, nunca nos cansar de fazer o bem e trabalhar tenazmente por um dia melhor, plenamente convencidos de que a crueldade, a depravação e o governo egoísta do Partido Comunista Chinês não precisam durar para sempre", disse Smith.

Smith acrescentou que "os Estados Unidos devem liderar a defesa de uma maior liberdade e democracia, impondo sanções aos cúmplices da corrupção e dos abusos, incluindo o uso ampliado das sanções da Lei Magnitsk".

"Uma China democrática, que respeita os direitos humanos e respeita o estado de direito, não representa uma ameaça para o seu próprio povo, a região ou o mundo. Acredito que um dia a China será livre", concluiu Smith.

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