22 de dezembro de 2024 Doar
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Pais perdoam motorista drogado que matou seus filhos

Danny e Leila Abdallah | EWTN News In Depth

Danny e Laylah Abdallah perderam 3 filhos em um acidente causado por um motorista bêbado e drogado em fevereiro de 2020 em Sydney, na Austrália, e decidiram perdoá-lo publicamente.

Pais de seis filhos, Danny e Laylah jamais poderiam imaginar que a última vez que falariam com três dos seus filhos seria quando os autorizavam a caminhar por uma calçada de Sydney para comprarem um sorvete. Minutos depois deste diálogo, um carro atropelou seus filhos de 9, 12, e 13 anos de idade e uma sobrinha de 11 que os acompanhava. Desde então, suas vidas mudaram para sempre.

Apesar de viverem na Austrália, Danny e Laylah encontraram-se pela primeira vez no Líbano. Desde o início, eles foram atraídos pela fé um no outro.

A "primeira coisa que Danny me perguntou foi: Você reza? E aquilo foi o meu sinal divino", disse Laylah, que foi criada numa família de forte fé católica, em entrevista ao programa EWTN News in Depth.

Da mesma forma, Danny valorizava a fé de Laylah. "Digo sempre que a maior decisão que tomamos na tua vida é sobre a pessoa com quem casamos, pois sei que uma mulher que ama e teme a Deus estará contigo na hora mais sombria", disse Danny ao canal católico EWTN.

Eles casaram, e mais tarde tiveram seis filhos: Antony, Angelina, Liana, Sienna, Alex e Michael.

"Nós os amamos cada minuto, cada segundo, mesmo quando estávamos cansados e exaustos, continuávamos a amá-los muito", disse Danny. "Eu costumava dizer a mim mesmo que o meu dia começava quando chegava em casa".

Em fevereiro de 2020 a família celebrava um aniversário e os pais permitiram que três dos seus filhos fossem a pé à sorveteria. "Ouvi a minha irmã dizer ao Danny: você tem a certeza de que não há problema que eles caminhem até lá?" Laylah recordou. "Então ele disse: 'Sim, eles irão pela calçada, o que poderia acontecer de mal?"

Minutos mais tarde, aconteceu o impensável. Danny e Laylah receberam um telefonema sobre um acidente, e apressaram-se a verificar os seus filhos.

"O que vimos estava além da nossa compreensão", disse Danny ao recordar o momento em que chegou ao local do acidente. "Quando os vi, percebi que tinha de me render a Deus".

Laylah comparou a visão a um "cenário de guerra". 

"Comecei a rezar quando todos à minha volta estavam gritando", disse ela. "A minha resposta imediata foi: Por que Deus faria isso conosco? Não, Ele não pode levar os nossos filhos. Ele não faria isso conosco".

Mais tarde descobriram os detalhes sobre o acidente. Um homem de 30 anos sob a influência de álcool, cocaína e outras drogas perdeu o controle do seu automóvel, conduziu-o sobre a calçada em alta velocidade e atropelou seus filhos.

"Eu me senti como naqueles filmes em que o corpo do personagem se desprende e olha para trás, como quem vê de cima o que está acontecendo. Foi assim que me senti", descreveu Danny. "Eu estava em choque e depois comecei a consertar o que podia".

Ele agarrou a filha Liana, que ainda estava consciente. Entretanto, disse: "senti no meu coração que tinha perdido os meus filhos aquele dia".

Chegando ao hospital, quatro sacerdotes encontraram-se com Danny e Laylah e deram-lhes a notícia: António de 13 anos, Angelina, de 12, Siena, de 9, e a sobrinha, Veronique, de 11, não sobreviveram.

"Eu apenas gritava". "Não, não, eles não morreram", disse Laylah recordando o momento.

Os Abdallah não guardaram ódio do motorista, que foi condenado a 21 anos de prisão. "Sinto pena dele", disse Danny. "Rezo por ele". "O diabo usou-o como um fantoche".

Laylah decidiu perdoá-lo publicamente. "O perdão é algo que se pratica, é algo que se pratica toda a vida". "Então, eventualmente, é possível perdoar numa escala maior", explicou. "E não se perdoa porque os outros merecem ser perdoados. Mas porque você merece estar em paz", disse.

Ela disse que a sua fé a inspirou a decisão. "Se Jesus pode me perdoar, então é claro que eu posso perdoar o motorista", sublinhou. "Se Ele morreu na cruz por mim, então é claro que posso rezar por esse motorista".

"O nosso cristianismo, a nossa fé me levou a perdoá-lo", disse.

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