17 de dezembro de 2024 Doar
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Hoje é celebrado o Beato Donizetti Tavares de Lima, o apóstolo da acolhida

Hoje, 16 de junho, a Igreja celebra o brasileiro Beato Donizetti Tavares de Lima, conhecido como o apóstolo da acolhida, e recorda os 60 anos de sua morte. No marco desta data, será concretizado um sonho dele: a entronização no Santuário de Nossa Senhora Aparecida, em Tambaú (SP), de uma imagem da padroeira do Brasil que ele salvou intacta de um incêndio.

Padre Donizetti Tavares de Lima nasceu em Cássia (MG) e, aos 4 anos, mudou-se para Franca (SP). Ingressou no seminário diocesano aos 12 anos e, três anos mais tarde, cursou o colégio em Sorocaba (SP), mas depois voltou para o Seminário. Estudou direito e depois filosofia e teologia para se preparar para o sacerdócio.

Foi ordenado sacerdote em 12 de julho de 1908 e incardinado na diocese de Pouso Alegre (MG), onde realizou seu trabalho pastoral na paróquia de São Caetano. Mais tarde, foi para a diocese de Campinas (SP) e foi vigário da Paróquia Santa Mãe de Deus, em Jaguariúna (SP). Em 1909, foi nomeado pároco de Sant´Ana, em Vargem Grande do Sul, pertencente à diocese de Ribeirão Preto (SP). Como pároco, destacou-se pelo intenso trabalho pastoral, ensinando o evangelho junto com uma forte dimensão social.

Destacou-se pela defesa dos pobres e dos trabalhadores vítimas da exploração do trabalho. Foi até acusado de de ser simpatizante do comunismo. O padre dizia que sua missão estava profundamente enraizada no Evangelho e que se inspirava em Nossa Senhora Aparecida para realizar seu trabalho pastoral.

Outra característica de seu trabalho evangelizador foi o compromisso de ensinar a religião verdadeira, afastada da idolatria e do sincretismo religioso que afetavam a sua comunidade, que vivia uma religiosidade popular afastada do Evangelho.

Em 1926, foi nomeado pároco de Santo Antônio em Tambaú (SP). Uma das primeiras providências que tomou ao chegar a esta cidade foi providenciar uma imagem fac-símile da de Nossa Senhora Aparecida, da qual era grande devoto. O próprio padre Donizetti foi buscar a imagem no Santuário Nacional de Aparecida e, ao chegar à estação de trem de Tambaú, chovia muito. O sacerdote já tinha preparado uma procissão para levar a imagem até a igreja de Santo Antônio e decidiu manter o que já estava programado. Consta que, durante o translado, as pessoas não se molharam.

Outro registro do próprio padre Donizetti relata que, na véspera da festa da padroeira do Brasil, em 11 de outubro de 1929, um incêndio atingiu a Igreja de Santo Antônio e 22 imagens foram destruídas. Entretanto, padre Donizetti entrou na igreja e salvou, intacta, a imagem da Virgem Aparecida, com um manto de seda branco.

Padre Donizetti quis, então, construir um Santuário em honra a Nossa Senhora Aparecida, onde a imagem que resistiu ao incêndio ficaria em destaque. O sacerdote, porém, morreu em 16 de junho de 1961, antes da construção do santuário.

Em abril de 2019, o papa Francisco autorizou a Congregação da Causa dos Santos a publicar o decreto que reconheceu o milagre atribuído à intercessão do padre Donizetti Tavares de Lima, autorizando sua beatificação.

O milagre reconhecido pela Santa Sé foi alcançado pelo menino Bruno Henrique Arruda de Oliveira, que nasceu em 2006 com uma deformidade conhecida como "pé torto congênito bilateral", uma anormalidade de difícil tratamento.   Após a oração de sua mãe pedindo a intercessão de padre Donizetti, a criança ficou curada.

Padre Donizetti Tavares de Lima foi declarado beato em Missa celebrada no dia 23 de novembro de 2019, em Tambaú.

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