24 de novembro de 2024 Doar
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Fiéis dos EUA acham que políticos com posições opostas às da Igreja criam confusão

Foto de referência. Crédito: Mateus Campos Felipe | Unsplash

Uma pesquisa mostra 83% dos católicos americanos que vão regularmente à missa acham que figuras públicas católicas que defendem posições contrárias à doutrina da Igreja causam confusão entre os fiéis.

A pesquisa, realizada pela CRC Research para o grupo CatholicVote (Voto Católico), mostrou também que cerca de 74% acham que essas figuras públicas não deveriam comungar.

A pesquisa foi feita entre os dias 1º e 8 de junho, com 600 entrevistados. 49% deles disseram ter apoiado Donald Trump nas eleições de 2020, e 51% afirmaram no atual presidente, Joe Biden.

Na terça-feira, o presidente da CatholicVote, Brian Burch, declarou que "a preocupação dos católicos com o desrespeito ao ensinamento social católico por parte de líderes públicos vai além da política, porque se trata da integridade da fé e da reverência e respeito devidos à Santa Eucaristia".

"As informações obtidas nesta pesquisa devem infundir confiança nos bispos católicos, neste momento em que eles se preparam para debater como recuperar a compreensão da beleza e da riqueza do sacramento entre os católicos. Os dados são claros; agora os bispos têm a obrigação de agir", garantiu Burch.

A partir de 16 de junho, os bispos dos Estados Unidos estarão reunidos virtualmente em sua terceira assembleia geral da primavera. A previsão é que, na quinta-feira, eles debatam e votem a favor ou não da redação de um documento sobre a Eucaristia e a dignidade para recebê-lo, que poderá influenciar na atuação dos políticos católicos pró-aborto.

Já existe uma minuta do documento, na qual são tratados vários temas como a presença real de Cristo, o domingo como dia do Senhor, a missa como sacrifício, a importância das obras de misericórdia e a "consistência" ou coerência eucarística para receber a Comunhão.

Na pesquisa da CRC Research, 72% dos entrevistados responderam que os bispos "devem debater" sobre a comunhão a políticos "que promovem graves males morais"; 88% acham importante "que os bispos católicos ensinem e orientem os demais em questões de fé"; 82% consideram que os políticos "que se identificam como católicos, mas que apoiam publicamente políticas hostis à Igreja, são hipócritas".

Biden é o segundo presidente católico dos Estados Unidos. Ele fala frequentemente sobre a importância de sua fé, mas é um dos presidentes mais favoráveis ao aborto da história americana.

Em maio, o bispo de Springfield, em Illinois, Dom Thomas Paprocki, disse que a comunhão a políticos católicos "tornou-se particularmente urgente com a eleição do presidente Biden, um católico que promove os males do aborto, o casamento entre pessoas do mesmo sexo e o transgenerismo".

O bispo disse que, segundo os cânones 915 e 916 do Código de Direito Canônico, "quem tem consciência de um pecado grave não deve celebrar missa nem receber o Corpo do Senhor. Aqueles que obstinadamente persistem em pecados graves não devem ser admitidos à Sagrada Comunhão".

Em 14 de abril, em um artigo sobre a coerência eucarística, o arcebispo Samuel Aquila, de Denver, escreveu que "a Eucaristia é um dom, não um direito, e a santidade de tal dom só é diminuída por sua recepção indigna".

Para dom Aquila, no caso dos políticos "que governam violando persistentemente a lei natural" em questões fundamentais como as "do aborto e da eutanásia, a eliminação de vidas inocentes, bem como outras ações que contrariam o ensinamento da Igreja sobre a dignidade da vida", a recepção indigna da Eucaristia é algo "especialmente verdadeiro devido ao escândalo público" que ela ocasiona.

O arcebispo de Chicago, cardeal Blase Cupich, discordou dessas posições em uma coluna que escreveu sobre a coerência eucarística. O bispo de San Diego, dom Robert McElroy, escreveu um ensaio na revista jesuíta America que, quando a Santa Comunhão é negada aos políticos abortistas, está se politizando a Eucaristia.

A manifestação mais contundente foi feita pelo arcebispo de São Francisco, dom Salvatore Cordileone, através de uma carta pastoral publicada no dia 1º de maio. Na carta, Cordileone disse que qualquer católico que formalmente coopere com o aborto deve se abster de receber a Eucaristia e que ele próprio, em vista da salvação da alma dos fiéis e da sua própria, que tem responsabilidade sobre seu rebanho, negaria a comunhão a políticos que defendem o aborto.

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