5 de dezembro de 2024 Doar
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Produtor de pornografia é condenado a 20 anos por tráfico sexual

Imagem ilustrativa | Unsplash

Um produtor do site de pornografia GirlsDoPorn foi condenado a 20 anos de prisão na segunda-feira, 14 de junho, por tráfico sexual. Andre Garcia, foi acusado de "tráfico sexual forçado, fraude e coerção" em 2019, junto com Michael James Pratt e Matthew Isaac Wolfe. Os três dirigiam as empresas GirlsDoPorn e GirlsDoToys de produção de filmes pornográficos.

No dia 14 de junho de 2021, o juiza Janis Lynn Sammartino, do tribunal do distrito Sul da Califórnia, nos Estados Unidos, condenou Garcia a 20 anos de prisão. No dia seguinte, a sentença foi aplaudida pelos defensores das sobreviventes do tráfico sexual.

Dani Pinter, principal assessora jurídica do Centro Nacional de Exploração Sexual, parabenizou a juíza Sammartino "por escutar as sobreviventes do GirlsDoPorn que falaram com coragem na audiência de condenação e consequentemente condenaram Garcia a vinte anos de prisão, sete anos a mais do que os promotores sugeriram".

"Toda a indústria da pornografia, que se baseia em abuso, exploração e coerção, recebe agora um aviso de que a exploração não continuará", disse Pinter à CNA, agência de língua inglesa do Grupo ACI, nesta terça-feira.

Além do crime de tráfico sexual, Garcia, Pratt e Wolfe também estão sendo acusados ​​de "conspiração para cometer tráfico sexual forçado, fraude e coerção", junto com Valorie Moser, contadora do GirlsDoPorn, e Theodore Wilfred Gyi, cinegrafista do site. Se condenados, os membros do grupo podem obter a pena máxima de prisão perpétua e ser multados por US$ 250.000. Pratt também está sendo acusado de produzir pornografia infantil e de tráfico sexual infantil.

O grupo anunciava "trabalhos de modelo" com pagamento de US$ 5 mil, quando, na verdade, eram trabalhos de atuação em filmes pornográficos. Pratt, Wolfe, Garcia e Moser garantiam às mulheres o anonimato das suas atuações e que seus vídeos não seriam compartilhados online.

As vítimas do grupo alegam que foram "pressionadas" a assinar documentos, sem ter podido lê-los com atenção, e que receberam ameaças de processo judicial caso não "atuassem" nos filmes. Outras vítimas afirmaram que não havia permissão para deixar o local das gravações até que as filmagens terminassem. As mulheres dizem que seus vídeos foram vistos por seus próprios familiares e amigos, resultando em assédio e afastamento de seus círculos de pessoas mais próximas.

Moser e Gyi se confessaram culpados e aguardam a sentença. Wolfe está aguardando o seu julgamento e Pratt, que é natural da Nova Zelândia, está foragido. O FBI ofereceu uma recompensa pela sua captura.

Os registros financeiros mostram que os dois sites geraram mais de US$ 17 milhões para Pratt e Wolfe. Os vídeos foram postados na página Pornhub, maior hb de pornografia da internet, e monetizados.

Em dezembro de 2020, 40 mulheres vítimas do tráfico realizado por GirlsDoPorn processaram Pornhub, alegando que o site, além de manter seus vídeos pornôs online, continuou promovendo-os mesmo depois saber que elas estavam sendo vítimas de abusos.

"É importante ver que Pornhub postou os vídeos ilícitos na sua plataforma de 'contas verificadas', que a empresa afirma ser de alguma forma 'mais segura'. A recusa da Pornhub em remover os vídeos, apesar dos repetidos pedidos das mulheres, contradiz a absurda segurança que eles defendem", disse Benjamin Bull, advogado do Centro Nacional de Exploração Sexual

"A Pornhub é uma predadora que continuou vitimando essas mulheres mesmo depois delas terem movido um processo multimilionário contra GirlsDoPorn por traficá-las. As ações da Pornhub demonstram que houve uma fusão prática entre o negócio do tráfico sexual ilícito e a indústria da pornografia online. Agora eles são praticamente inseparáveis​​", acrescentou Bull.

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