BRUXELAS, Jun 23, 2021 / 11:50 am
O Fórum Parlamentar Europeu para Direitos Sexuais e Reprodutivos (EPF), um grupo de parlamentares europeus dedicado a forçar o reconhecimento do aborto como "direito humano" no mundo inteiro, prepara um golpe político importante com o objetivo de desacreditar respeitáveis organizações cristãs e de direitos humanos que o grupo descreve como "extremistas religiosos" supostamente dedicados a "fazer retroceder direitos humanos de sexualidade e reprodução."
Na semana passada o EPF apresentou um "relatório investigativo" chamado "Ponta do Iceberg: Financiadores Extremistas Religiosos contra direitos Humanos para Sexualidade e Saúde Reprodutiva na Europa 2009-2018", com a intenção de influenciar um voto marcado para quinta-feira 24 de junho no Parlamento Europeu e denunciar publicamente organizações pró-vida.
O documento, assinado por Neil Datta, secretário do EPF, alega ser um desmascaramento de "54 agentes financiadores anti-gênero ativos na Europa assim como dos principais canais pelos quais os extremistas religiosos geram financiamento e como ele circula."
Segundo o relatório, "o quadro que emerge é o de uma comunidade transnacional de extremistas religiosos com pensamento semelhante e relacionados a agentes da extrema direita e da alt-right tomando decisões estratégicas de financiamento através de fronteiras internacionais."
O longo documento lista inúmeras organizações e indivíduos. No capítulo dedicado à Igreja Católica, o documento critica a Santa Sé, alguns cardeais europeus como o austríaco Christoph Schönborn, a Comissão de Conferências de Bispos da União Europeia (Comece) e várias organizações e indivíduos.
Segundo o documento, "há diversas comunidades religiosas católicas que promovem objetivos anti-gênero e igualmente têm peso financeiro". Eles mencionam o movimento leigo italiano Comunhão e Libertação; Luca Volontè, da Fundação Novae Terrae; os Cavaleiros de Colombo, sediados nos Estados Unidos; o Fundo Chiaroscuro; os Legionários de Cristo; "a família Slim do México"; Opus Dei; a Fundação Lejeune; a Fundação Valores e Sociedade, da Espanha; o Movimento Pela Vida, da Itália; o padre redentorista polonês Tadeusz Rydzyk; CitizenGo e, por fim, como se fosse uma grande revelação, "vários servidores do Vaticano" que "desempenham um papel direto em iniciativas anti-gênero."
Outras organizações de direitos humanos bem estabelecidas e com boa reputação também são pintadas como instituições "alt-right" que canalizam milhões de euros para uma agenda pró-vida e pró-família.
Ironicamente, o EPF é sustentado pelas mais ricas organizações do planeta. O EPF tem por trás de si uma longa lista de organizações bilionárias como Fundação Bill e Melinda Gates; Planned Parenthood; Comissão Europeia; Fundação Sociedade Aberta, de George Soros; Fundo Global Wallace; Fundação Macarthur; Fundação Summit; Fundação Hewllet, uma das proprietárias da Hewlett-Packard; Organização Mundial de Saúde; Fundo de População das Nações Unidas; Cruz Vermelha UE.
Segundo uma análise preliminar do "Ponta do Iceberg" pelo Centro Europeu pelo Direito e Justiça (ECLJ na sigla em inglês), "o relatório é longo e muito detalhado. Em meio a uma mistura de think tanks americanos e oligarcas russos, ele mira grupos pró-vida e pró-família sólidos, políticos pró-vida (como a austríaca Gudrun Kugler e a eslovaca Anna Záborská), famílias católicas europeias, think tanks (Instituto Hudson, ECLJ, e a Aliança em Defesa da Liberdade-ADF) e, amplamente, a Igreja Católica."
O ECLJ também nota que "o momento desse relatório é significante, já que foi publicado em vista do voto marcado no Parlamento Europeu de um relatório sobre direitos sexuais e reprodutivos."
O EPF propôs uma emenda a esse relatório dizendo que a União Européia (EU) "está preocupada com a inclusão no registro de transparência da EU de organizações como Ordo Iuris, ADF International, Aliança VITA, Observatório de Dignidade Europeu, Federação das Associações de Famílias Católicas na Europa, a Federação Europeia pela Vida e Dignidade Humanas One of Us, Profissionais pela Ética, e Aliança Mundial da Juventude, que são, com isso, autorizadas a operar abertamente com instituições públicas pelo declínio dos direitos da mulher e SRHR (sigla em inglês para direitos sexuais e de saúde reprodutiva)".
Se aprovada a emenda, a resolução seria a primeira grande lista negra de organizações de direitos humanos e cristãs da União Européia.
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