16 de dezembro de 2024 Doar
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Coreia do Sul quer levar o papa Francisco à Coreia do Norte

Bandeira da Coreia do Norte. | John Pavelka via Flickr (CC BY 2.0).

O governo e líderes católicos sul-coreanos estão tentando tornar possível uma visita do papa Francisco à Coreia do Norte, disse Park Jie-won, diretor do Serviço Nacional de Inteligência da Coreia do Sul.

Jie-won fez um discurso após uma missa no último 5 de julho na igreja Sanjeongdong em Mokpo, elevada pelo papa Francisco à categoria de basílica menor. "A razão especial que me trouxe aqui hoje é que o arcebispo [de Gwangju], Kim Hee-jong, o núncio apostólico na Coreia do Sul, dom Alfred Xuereb e eu, estamos trabalhando para organizar uma visita papal a Pyongyang", capital da Coreia do Nort, disse Park. "Por favor rezem para que o Papa visite Pyongyang e traga a paz à nossa Península Coreana", disse o funcionário da inteligência sul-coreana.

Os comentários podem ser vistos em um vídeo online da missa no Canal de Notícias Católicas para a Transmissão da Paz, que transmite para a Coreia do Sul.

Park desempenhou um papel crítico ao facilitar a primeira cúpula intercoreana em 2000, uma reunião entre o presidente sul-coreano Kim Dae-jung e o líder supremo da Coreia do Norte, Kim Jong-il , em Pyongyang entre os dias 13 e 15 junho de 2000.

Em 12 de junho último, o bispo sul-coreano Lazarus You Heung-sik, nomeado então prefeito da Congregação para o Clero, disse que o Papa Francisco gostaria de visitar a Coreia do Norte. "Se me for dado um papel para organizar a sua visita à Coreia do Norte, farei o meu melhor para cumprir a minha missão", disse. Heung-sik, que fez várias viagens à Coreia do Norte em nome da conferência dos bispos sul-coreanos, disse na conferência de imprensa do Sínodo dos Bispos em Roma, em 2018, que seria "bonito" a realização de uma visita papal à Coreia do Norte, mas "na realidade, há muitos passos a dar".

A Coreia do Norte comunista tem sido constantemente classificada como o país que mais persegue cristãos pela Open Doors, uma organização internacional de defesa dos direitos humanos e a liberdade religiosa. Os cristãos norte-coreanos enfrentam prisão, reeducação em campos de trabalho até a morte pela fé, diz a organização. Um relatório da Organização das Nações Unidas de 2014 documentou em 372 páginas execução, escravização, tortura, prisão, abortos forçados, e fome forçada contra cristãos pelo governo norte-coreano.

Antes da tomada do poder pelos comunistas, em 1948, Pyongyang era chamada a "Jerusalém do Oriente" por ser um importante núcleo do cristianismo na Ásia.

A Sé Católica de Pyongyang está vaga e o último bispo foi nomeado em março de 1944. Não consta que existam padres católicos na Coreia do Norte.

Pouco antes do início da Guerra da Coreia, em 1950, que acabou dividindo a península coreana em dois países, padres da Coreia do Norte foram capturados, mortos ou desapareceram, segundo o site da conferência episcopal coreana.

Em 1988, a "Associação Católica Coreana", uma das três igrejas estatais criadas pelo governo comunista, registrava 800 membros. A associação não é reconhecida pela Santa Sé.

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