20 de dezembro de 2024 Doar
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Seminarista continua preso em Cuba por defender o direito de se expressar

Seminarista Rafael Cruz Dévora. Crédito: Facebook

O seminarista Rafael Cruz Dévora, de 26 anos, está preso em Cuba desde a madrugada de segunda-feira, 12 de julho, quando foi tirado da casa de seus pais, na cidade de Matanzas, onde estava passando férias. Cruz foi preso por ter participado de uma das manifestações que eclodiram em várias cidades do país no dia 11 de julho pedindo liberdade, o fim da ditadura e mudanças para tirar o país da crise em que se encontra, agravada pela pandemia. Foi a maior manifestação no país desde que Fidel Castro tomou o poder em 1959.

O padre Rolando Montes de Oca, da arquidiocese de Camagüey, informou à ACI Prensa que o seminarista "continua preso" em Unión de Reyes, município da província de Matanzas, no oeste de Cuba. Ele disse que as autoridades "deixaram que a família levasse roupa para ele, embora não pudessem vê-lo".

"Esse rapaz só ficou 15 minutos, no máximo 20, na manifestação, pedido às pessoas que se entendessem e às autoridades que não reprimissem com golpes, que respeitassem o direito à manifestação. Foi a única coisa que ele fez, mas ele está preso por isso. Foi detido violentamente, uma detenção muito violenta, na casa dos pais, durante madrugada", disse o padre Montes de Oca.

Embora o regime tenha cortado a conexão à internet para tentar barrar a divulgação de informações sobre os protestos e as prisões que foram feitas, soube-se que as marchas continuaram até a terça-feira e que atualmente há uma "tensa calma" em Cuba. Forças da polícia e agentes vestidos como civis prenderam centenas de pessoas, muitas delas de forma violenta. O governo cubano admitiu a morte de pelo menos uma pessoa durante os protestos. Diubis Laurencio Tejeda, 36, morreu em um subúrbio de Havana quando, segundo o governo, integrava um grupo que atacou uma instalação do governo.

No domingo, o governante cubano disse que "a ordem de combate está dada: revolucionários, às ruas!". Na quarta-feira, 14 de julho, o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, utilizou o jornal oficial Granma para dizer, através de uma mensagem de vídeo, que o regime não está reprimindo as manifestações pacíficas. as demandas "que fazem ao governo cubano para que respeite a opinião de seus cidadãos é uma grande mentira, uma completa calúnia", disse.

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