17 de dezembro de 2024 Doar
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Católica africana teve que esperar quase 40 anos pela comunhão

Justina, Jeremias e o padre Highton | Ordem de São Elias

Em Chilambo, ao norte do Malaui, muito perto da fronteira com a Zâmbia, Justina era a única católica. Até sua própria família, seu marido e seus filhos, tentaram convencê-la várias vezes de abandonar a Igreja e integrar-se na comunidade protestante. No entanto, durante 37 anos, Justina se manteve fiel à sua fé católica.

Sem atenção pastoral ou sacerdotes que pudessem chegar até o lugar, considerando o isolamento e a geografia do território, a última vez que Justina recebeu os sacramentos foi em 1984. Agora, a situação mudou.

Sua história tornou-se viral nos últimos dias, ao ser contada em uma mensagem no Twitter publicada por Jeremias, um missionário argentino que está no Malaui com a Ordem de São Elias.

Ele contou à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, que a Igreja Católica nunca havia chegado até Chilambo. "Não há registros de que um sacerdote tenha vindo a esta zona, devido à dificuldade do acesso. É preciso caminhar pelo menos três horas entre as montanhas para poder encontrar as primeiras casas".

Antes de chegar, há várias aldeias com população católica. Em uma delas, Justina nasceu e morava até se mudar para Chilambo, deixando de ter contato com as comunidades católicas.

A missão da Ordem de São Elias no Malaui, à qual Jeremias pertence, tem sede em Chisenga, na diocese de Karonga. A missão é sustentada pela plataforma Omnes Gentes Project. Atualmente, missionários como o padre Federico Highton, os leigos Nahuel, Nick e o próprio Jeremias encontram-se em Chisenga.

"Moramos em Chisenga, pertencente à diocese de Karonga. O bispo nos confiou a evangelização de mais de 30 aldeias, cujos habitantes conhecem pouco sobre Jesus, se é que alguma vez ouviram o seu nome".

"Nas aldeias que visitamos, os que conhecem Jesus caíram nas mãos de seitas protestantes que difundem a poligamia e diversas ideias que não têm nada a ver com a verdade", relatou.

"Em Chisenga", explicou Jeremias, "não há paróquias, porque não há sacerdotes para assumi-las. O que existe são pequenas comunidades cristãs".

Ele disse que "cada uma destas comunidades cristãs tem catequistas ou instrutores de catecumenato, com uma pequena organização formada pelos líderes eclesiais, que são basicamente leigos que se encarregam de administrar as igrejas naqueles lugares onde não há sacerdotes e onde ainda não há paróquias, devido à falta de sacerdotes".

Jeremias afirmou que, sempre que vão para uma missão, "nos acompanham os líderes da Igreja de Chisenga, que são leigos: o catequista, o secretário do catequista e alguns outros".

Quando organizaram a missão em Chilambo, os líderes contaram a Jeremias e aos sacerdotes da ordem que "só havia uma pessoa católica na área": era Justina. "Quando chegamos, passamos lá para visitá-la".

"Justina ficou muito feliz em nos ver e trocamos algumas palavras com ela. Contou-nos que sentia muita pena porque não tinha um lugar aonde ir para praticar sua fé".

"Mesmo que caminhasse umas cinco horas para ir a alguma aldeia próxima, não poderia assistir à missa, porque nas aldeias com população católica também há poucas celebrações da Eucaristia porque os sacerdotes só vêm uma vez a cada três meses, aproximadamente".

"As pessoas da região conhecem o nome de Jesus, mas nunca ouviram falar sobre um sacramento, assim como sobre tantas outras coisas", disse Jeremias.

E, finalmente, "a Igreja Católica chegou a Chilambo". Uma chegada recebida com tal júbilo que "vários dos chefes das diferentes aldeias que compõem a área se converteram à fé católica. Inclusive, doaram um terreno à Igreja para que todas as reuniões sejam realizadas lá".

"No dia seguinte após a visita a Justina, fizemos uma pregação com muita gente da zona e ela veio muito contente. Em Chilambo, havia apenas uma pessoa católica. Agora, 88 pessoas vão começar o catecumenato para receber os sacramentos, começando pelo batismo. Justina não estará sozinha para praticar a sua fé".

Antes da volta dos missionários à sua base em Chisenga, Justina lhes disse "que se sentia realmente feliz pelo fato de que a Igreja Católica tenha chegado finalmente a Chilambo, já que antes estava sozinha. Ela também disse que isso não era algo esperado, mas que é a forma como Deus atuou".

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