22 de dezembro de 2024 Doar
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Chanceler é acusado de envolvimento no assassinato de irmão de arcebispo peruano

Héctor Béjar Rivera. Crédito: PCM Perú

O ministro de Relações Exteriores do Peru, Héctor Béjar Rivera, é acusado de envolvimento no assassinato do engenheiro Ismael Castillo Mattasoglio, irmão mais velho do atual arcebispo de Lima, dom Carlos Castillo Mattasoglio.

Na reportagem do dia 4 de agosto, do canal Willax Televisión o sobrinho de Ismael Castillo, Dino Castillo Martin, denunciou o atual ministro, disse: "Fiquei muito abalado quando mataram o meu tio. Ele (Ismael Castillo) sempre nos falou, sobretudo, sobre quem era Béjar, porque Béjar, o chanceler, pois ele é um maldito guerrilheiro, assassino".

O assassinato do engenheiro Ismael Castillo, que era administrador da fazenda Kiatari, ocorreu na manhã de 9 de agosto de 1965, após uma emboscada de um grupo de guerrilheiros contra policiais em Satipo, na região de selva do departamento de Junín.

Após sua morte, Ismael Castillo foi reconhecido como "herói civil" pela sua luta "contra o totalitarismo". Em sua homenagem, uma rua do distrito de Lince, em Lima, leva seu nome.

A reportagem da jornalista Claudia Toro identifica Béjar, mencionado por Dino Castillo, como o atual chanceler do governo de Pedro Castillo Terrones.

Em sua conta no Twitter, Dino Castillo compartilhou recortes de jornais de 1965 e escreveu: "#HéctorBéjar e seus guerrilheiros mataram Ismael Castillo Mattasoglio, irmão do meu pai e do cardeal Carlos Castillo, em Satipo, em 09 de agosto de 1965... Lixo #PedroCastillo".

O atual presidente do Peru é Pedro Castillo Terrones do partido marxista leninista Perú Libre. Além de ter nomeado Béjar como chanceler, nomeou Guido Bellido como presidente do Conselho de Ministros, que está sendo acusado de apologia do terrorismo. Estas e outras nomeações suscitaram a rejeição de um grande setor da população.

A reportagem de Willax Televisión também menciona o ataque ocorrido em 25 de setembro, em 1965, na fazenda Chapi, no departamento andino de Ayacucho. No episódio, foram assassinados Gonzalo Carillo Rocha, que na época era major do exército, e seu sobrinho Miguel Carillo Zorcala.

Algumas versões afirmam que o ataque foi perpetrado pela guerrilha "Javier Heraud". Outros mencionam o grupo guerrilheiro Ejército de Liberación Nacional, que teria sido liderado por Héctor Béjar.

Na reportagem de Willax Televisión, Béjar evitou responder ao ser perguntado se Cuba ou Venezuela são uma ditadura.

Hector Béjar Rivera tem 85 anos, é doutor em ciências sociais e advogado. Em 1962 recebeu instrução guerrilheira em Cuba, onde conheceu o Che Guevara.

Segundo o jornal Gestión, Béjar fez parte do MIR, junto com o poeta e guerrilheiro Javier Heraud. Em 1964, organizou a guerrilha "Javier Heraud" na Bolívia, usando o codinome "Calixto".

Logo, voltou para Havana, onde preparou a estratégia do Ejército de Liberación Nacional para o Peru. Em 1965, dirigiu essa guerrilha em Ayacucho. Foi preso por sedição em 1966. Colaborou na ditadura militar de Juan Velasco Alvarado apoiando o Sistema Nacional de Apoio à Mobilização Social (SINAMOS), em apoio à reforma agrária.

O jornal Perú 21 afirmou que Béjar é "admirador de Fidel Castro", o ditador cubano que faleceu em 2016 depois de 50 anos no comando da ilha.

Perú 21 também mencionou uma entrevista de Béjar em 2018, concedida à Revista do Instituto de Defesa Legal (Ideele), na qual afirmou que "teria que haver uma mudança real, e nesse ambiente sim, se poderia pensar nas anistias para militares, senderistas, emerretistas, incluído (Abimael) Guzmán, mas para isso teria que haver uma revolução em novo estilo, uma revolução cívica, moral".

Abimael Guzmán Reynoso é o líder histórico do grupo terrorista Sendero Luminoso e cumpre prisão perpétua por terrorismo desde meados dos anos 90.

O Sendero Luminoso, de tendência marxista, leninista e maoísta, é qualificado como um dos grupos terroristas mais sanguinários. Surgiu em 1980 e causou dezenas de milhares de mortes em todo o país.

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