21 de novembro de 2024 Doar
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Bispos dizem que não há norma na Igreja que obrigue um católico a se vacinar

Foto referencial. Crédito: Pixabay

Os bispos da Conferência Católica do Colorado, nos Estados Unidos, disseram que não existe na Igreja nenhuma norma que obrigue os católicos a se vacinar, mesmo contra a covid-19, mas afirmaram que continuarão incentivando os fiéis a "se manter saudáveis e seguros" diante da pandemia.

"Um católico pode julgar que é certo ou errado receber certas vacinas por uma variedade de razões, e não há nenhuma lei ou regra da Igreja que obrigue um católico a receber uma vacina, incluindo as vacinas contra a covid-19", disseram os bispos em carta publicada em seu site, em 5 de agosto.

A carta, assinada pelos bispos das três dioceses do estado do Colorado (Denver, Colorado Springs e Pueblo), foi publicada depois que o prefeito de Denver, Michael B. Hancock, anunciou em 2 de agosto que os funcionários públicos da cidade e os do setor privado em estabelecimentos de alto risco como hospitais, deverão estar plenamente vacinados até o dia 30 de setembro. A decisão do prefeito responde à preocupação pelo avanço da variante delta do coronavírus que, segundo os cientistas, é mais infecciosa que as anteriores.

Em sua carta, os bispos do Colorado disseram que "a vacinação não é moralmente obrigatória e por isso deve ser voluntária". Segundo eles, "existe o dever moral de recusar o uso de produtos médicos, incluindo certas vacinas, que são criadas utilizando linhas de células humanas derivadas do aborto. No entanto, esse tipo de vacina só pode ser utilizado em condições específicas: se não houver alternativas disponíveis e se for feito com a intenção de preservar a vida".

A afirmação dos bispos está em consonância com a nota da Congregação para a Doutrina da Fé de 21 de dezembro de 2020, que afirmou que é permitido o uso destas vacinas quando não há outra disponível.

Em sua carta, os bispos do Colorado afirmaram que "a avaliação de uma pessoa sobre se os benefícios de uma intervenção médica superam os efeitos colaterais indesejáveis deve ser respeitada, a menos que contradigam os ensinamentos morais católicos autorizados". "Uma pessoa é moralmente obrigada a obedecer a sua consciência", afirmaram.

"Ao longo da pandemia, cooperamos com as diversas autoridades seculares e encorajamos os católicos a se ajudarem mutuamente, e a sociedade em geral, a se manter saudáveis e seguros durante este difícil momento", disseram os bispos.

Do mesmo modo, disseram entender que "algumas pessoas têm convicções fundadas que as levam a discernir que não devem se vacinar. Agrada-nos ver que, no caso do mais recente mandato de vacinação de Denver, há uma adaptação às crenças religiosas sinceras".

"Isso é apropriado em virtude das leis que protegem a liberdade religiosa. Sempre nos mantemos alertas quando qualquer burocracia pretende impor requisitos uniformes e esmagadores a um grupo de pessoas em âmbitos de consciência pessoal", afirmaram, enfatizando que "no caso da vacina contra a covid-19, estamos convencidos de que o governo não deve impor intervenções médicas a um indivíduo ou grupo de pessoas. Pedimos que as convicções e as escolhas pessoais de cada pessoa sejam respeitadas".

"Se alguém chega a um juízo informado de que deve ou não receber uma vacina, essa pessoa deve seguir sua consciência e não deve ser penalizada por fazê-lo. Encorajamos qualquer pessoa que procure uma isenção a que consulte seu empregador ou escola", disseram.

A carta dos bispos foi publicada ao lado de um modelo de carta de isenção religiosa para qualquer fiel que solicite o respeito do seu direito de não ser vacinado. Na carta modelo, os bispos recordam "a cláusula de livre exercício da Primeira Emenda da Constituição dos EUA" que "exige que o Estado se adapte às pessoas que se opõem às vacinas por motivos religiosos".

Os bispos recordam também o número 1782 do Catecismo da Igreja Católica, que afirma: "O homem tem o direito de agir em consciência e em liberdade a fim de tomar pessoalmente decisões morais. O homem não deve ser forçado a agir contra a própria consciência. Nem deve também ser impedido de atuar segundo ela, sobretudo em matéria religiosa".

Os bispos também compartilharam um texto com respostas a perguntas éticas sobre a vacina contra a covid-19, publicado em janeiro deste ano pelo episcopado americano. O documento pode ser lido AQUI (em inglês).

Para ler a carta completa dos bispos do Colorado e o modelo proposto para solicitar uma isenção por motivos religiosos (em inglês), acesse AQUI.

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