Vaticano, Sep 16, 2021 / 11:10 am
O papa Francisco voltou a defender a vacinação contra a covid-19 dizendo que "a humanidade tem uma história de amizade com as vacinas".
Na entrevista coletiva que Francisco concedeu nesta quarta-feira, 15 de setembro, aos jornalistas que o acompanhavam no avião de regresso a Roma após sua viagem apostólica, ele disse que "todas as crianças foram vacinadas e ninguém disse nada".
"Então veio isso", disse o papa, em referência ao medo da vacina contra o coronavírus. "Talvez isso tenha vindo da virulência, da incerteza, não só da pandemia, mas também pela diversidade de vacinas e pela fama de algumas vacinas, ´que são outra coisa`, ´um pouco de água destilada`. Isso gerou medo nas pessoas", disse Francisco.
"Depois, outros que dizem que é um perigo porque com a vacina entra o vírus. Houve muitas discussões que criaram esta divisão. Também no colégio cardinalício há alguns negacionistas e um deles, pobrezinho, esteve internado com o vírus. Ironias da vida", afirmou, referindo-se, sem nomeá-lo, ao cardeal americano Raymond Burke. Em maio de 2020, Burke disse: A própria vacinação não pode ser imposta de modo totalitário aos cidadãos. Quando o Estado adota uma tal prática, ele viola a integridade de seus cidadãos. Embora o Estado possa prover regulação razoável para a garantia da saúde, ele não é o último provedor de saúde, Deus é. O que quer que o Estado proponha, deve respeitar a Deus e Sua lei." Não há informação pública sobre o se o cardeal Burke foi ou não vacinado.
Francisco disse que as dúvidas sobre as vacinas se explicam "pela diversidade de onde provêm as vacinas que não foram suficientemente experimentadas, e têm medo. É preciso esclarecer e falar com serenidade sobre isto. No Vaticano estamos todos vacinados, exceto um pequeno grupo que está sendo estudado como ajudá-los".
Em um vídeo no qual participaram bispos dos Estados Unidos e da América Latina, divulgado em 18 de agosto, o papa Francisco afirmou que "vacinar-se com vacinas autorizadas pelas autoridades competentes é um ato de amor".
Defendeu também que "ajudar a maioria das pessoas a fazê-lo é um ato de amor. Amor a si mesmo, amor aos familiares e amigos, amor a todos os povos".
"Vacinar-se é um modo simples, mas profundo, de promover o bem comum e de cuidar uns dos outros, especialmente dos mais vulneráveis", afirmou o papa naquela ocasião.
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