12 de dezembro de 2024 Doar
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Finlândia marca julgamento de política por tuitar versículos da Bíblia

A deputada democrata cristã finlandesa Päivi Räsänen | ADF International

Um tribunal da Finlândia marcou a data para julgar se uma ex-ministra do governo deve ser presa por tuitar um versículo da Bíblia. Päivi Räsänen, médica e mãe de cinco filhos, será julgada em 24 de janeiro de 2022 em Helsinque e pode ser condenada a dois anos de prisão ou multa, segundo a ADF International, grupo de defesa jurídica da liberdade religiosa.

Räsänen, que é membro do Parlamento finlandês, foi denunciada pelo promotor-geral do país em abril deste ano por ofender os homossexuais ao citar um trecho da Epístola de São Paulo aos Romanos. Ela também pode ser condenada por duas outras acusações relacionadas a declarações que fez em um panfleto de 2004 e em um programa de TV em 2018.

"Aguardo os procedimentos do tribunal com a mente camla, confiante que a Finlândia vai respeitar a liberdade de expressão e religião consagradas nos direitos fundamentais e convenções internacionais", disse Räsänen. "Não vou recuar de minha convicção baseada na Bíblia e estou preparada para defender a liberdade de expressão e de religião em todos os tribunais necessários. Não posso aceitar que dar voz a crenças religiosas possa acarretar prisão. Defenderei meu direito de confessar minha fé, de modo que ninguém mais seja priivado de seu direito de liberdade de religião e de manifestação."

O promotor geral acusou Räsänen, que foi ministra do Interior de 2011 a 2015, por incitação contra um grupo minoritário, alegando que as declarações dela foram "provavelmente causa de intolerância, desprezo e ódio contra homossexuais."

Cerca de dois terços dos 5,5 milhões de finlandeses pertencem à Igreja Evangélica Luterana da Finlândia, uma das igrejas nacionais ao lado da Igreja Ortodoxa Finlandesa.

A deputada de 61, que liderou o Partido Democrata Cridtão de 2004 a 2015, é membro da igreja luterana, mas criticou o apoio de sua igreja a um evento de orgulho LGBT em 2019.  Em 17 de junho daquele ano, ela perguntou em um tuíte como o patrocínio ao evento poderia ser compatível com a Bíblia. O tuíte levava a uma foto de uma página de Romanos 1, 24-27: "Por isso, Deus os entregou aos desejos dos seus corações, à imundície, de modo que desonraram entre si os próprios corpos. Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram à criatura em vez do Criador, que é bendito pelos séculos. Amém!  Por isso, Deus os entregou a paixões vergonhosas: as suas mulheres mudaram as relações naturais em relações contra a natureza. Do mesmo modo também os homens, deixando o uso natural da mulher, arderam em desejos uns para com os outros, cometendo homens com homens a torpeza, e recebendo em seus corpos a paga devida ao seu desvario."

"O propósito do meu tuíte não era, de modo algum, insultar minorias sexuais. Minha crítica era dirigida à liderança da igreja", disse ela.

A polícia começou a investigar Räsänen em 2019. Ele enfrentou vários interrogatórios e teve que esperar mais de um ano pela decisão do promotor-geral.

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