REDAÇÃO CENTRAL, Sep 30, 2021 / 13:28 pm
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promove a Semana Nacional da Vida, de 1º a 7 de outubro, e o Dia do Nascituro, em 8 de outubro. Segundo padre Crispim Guimarães dos Santos, assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB, a semana visa a valorização e a defesa da vida da concepção à morte natural. Santos diz ser importante que o Dia do Nascituro tenha sido assumido por outras instituições, além da Igreja Católica.
A Semana Nacional da Vida foi instituída em 2005 pela 43ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil e culmina no Dia do Nascituro, 8 de outubro, data escolhida pela proximidade com a festa de Nossa Senhora Aparecida, em 12 de outubro. O objetivo é propor à sociedade o debate sobre os cuidados, proteção e a dignidade da vida humana, em todas as suas fases. Neste ano, tem como tema "Família, Santuário da Vida", retirado da encíclica Evangelium vitae, de são João Paulo II.
"Desde João Paulo II, passando por Bento XVI e também o papa Francisco sempre falaram da cultura da morte que está na sociedade globalizada. Então, precisamos realizar ações concretas para valorizar, defender, cuidar e promover a vida", disse padre Crispim. O sacerdote afirmou ainda que é necessário "se posicionar diante da cultura do descarta, que vê algumas pessoas como algo menor e desvaloriza a vida".
Para ele, "a vida nasce em um ambiente familiar" e, por isso, a família deve ser vista como "o santuário da vida que gera também outras vocações". "A vida deve ser acolhida, protegida e cuidada no santuário do lar", disse o padre Crispim. Para isso, é preciso "fazer com que as famílias se vejam não como um aglomerado de pessoas, mas como um santuário, que participa da obra de Deus e são, portanto, o espaço santo onde a vida deve ser cuidada".
Com o objetivo de promover cada vez mais a valorização da vida humana, padre Crispim destacou a importância do Dia do Nascituro. Segundo ele, esta "é uma data assumida pela Igreja como algo nosso, mas também é celebrada por outras instituições", como as associações pró-vida no Brasil. Para o sacerdote, "é importante que esta data seja aberta para uma reflexão maior fora da Igreja".
Trata-se de uma celebração que, para o assessor, deve "possibilitar também um espaço de discussão", a fim de "influenciar de forma positiva a sociedade, os políticos a fim de gerar uma conscientização para a pauta da defesa da vida". "As políticas públicas em defesa da vida são primordiais. Por isso, os políticos católicos devem estar vigilantes em relação a tudo aquilo que atenta contra a vida e a fim de criar espaços para uma legislação que promova e defenda a vida", disse.
Em julho, o presidente Jair Bolsonaro enviou ao Congresso Nacional um projeto de lei que institui o Dia Nacional do Nascituro e de Conscientização sobre os Riscos do Aborto, a ser comemorado, anualmente, no dia 8 de outubro. Segundo a Secretaria Geral da Presidência, "a proposta objetiva ampliar as ações do governo na defesa do direito fundamental à vida da criança nascitura e nos alertas às graves consequências do aborto para o bem-estar físico e psíquico das mulheres".
Para padre Crispim, este projeto de lei "é bem-vindo". "Esse projeto vem de encontro ao que defendemos, que é a valorização da vida. Então, independente de governo, é bem-vindo, porque está na mesma pauta que é a defesa da vida".
Celebração da Semana da Vida e do Dia do Nascituro
Padre Crispim Guimarães contou que, para marcar a celebração da Semana Nacional da Vida e do Dia do Nascituro, a comissão está propondo duas ações concretas. "Uma é no dia primeiro de outubro, quando convidamos todas as igrejas no Brasil a tocar os sinos às 12h, às 15h e às 18h, pois os sinos tem essa característica do anúncio". A outra ação "é para que acendam velas no dia 8 de outubro, em casa, nas igrejas, nos locais públicos, praças, em frente às câmaras de vereadore".
Segundo o assessor, esta celebração se desdobra em três aspectos. "Primeiro, a celebração na Igreja doméstica, que são as famílias, para que tenham consciência de que a vida é um dom. Em seguida, a celebração na igreja família de famílias, isto é, nas comunidades, paróquias, dioceses". Por fim, afirmou que "é muito importante a celebração na sociedade. Precisamos levar a discussão para outras esferas, pois de nada adiantaria se celebrássemos essa semana e não gerássemos uma conscientização, a promoção de ações e políticas em defesa da vida", disse. Nesse sentido, citou a realização de manifestações e também o uso dos meios de comunicação social para esta finalidade.
O sacerdote recordou ainda que a Comissão para a Vida e a Família disponibilizou dois materiais para auxiliar na celebração da Semana Nacional da Vida e do Dia do Nascituro. O primeiro é o subsídio Hora da Vida, a fim de possibilitar momentos de reflexão e oração pela vida. O outro é um material de estudos e de reflexões desenvolvido pela Comissão Especial de Bioética da CNBB, com temas aprofundados. "Esperamos que esse material possa servir para nos motivar mais ainda como cooperadores no serviço à vida, já que nossa Comissão vem se esforçando para que a Semana da Vida seja cada vez mais ampliada e motivada em todos Brasil", disse o presidente da Comissão Episcopal para a Vida e a Família, dom Ricardo Hoepers, ao 'Portal Vida e Família'.
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