16 de dezembro de 2024 Doar
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Duas mulheres que sofreram paralisia por décadas e ofereceram sua dor a Deus são beatificadas

Gaetana "Nuccia" Tolomeo e María Antonia Samá, novas beatas italianas

Duas mulheres leigas que sofreram paralisia durante décadas, ofereceram a dor a Deus e, apesar de tudo, confiaram sempre no Senhor foram beatificadas no domingo, 3 de outubro, em Catanzaro, Itália. A missa de beatificação de María Antonia Samá e Gaetana "Nuccia" Tolomeo foi celebrada na basílica da Imaculada Conceição pelo cardeal Marcello Semeraro, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, e concelebrada pelo arcebispo de Crotone-Santa Severia e administrador apostólico de Catanzaro-Squillace, dom Angelo Raffaele Panzetta.

O vice-postulador da causa, padre Pasquale Pitari, comentou sobre as novas beatas que "são as primeiras na história milenar da arquidiocese", duas mulheres que sofreram muito e ofereceram o seu sofrimento pela salvação das almas de seus irmãos.

María Antonia Samà nasceu em 2 de março de 1875 no sul da Itália, na cidade de Sant'Andrea Jonio, na província de Catanzaro.

Aos 22 anos, ela sofreu uma artrose grave que fez com que ficasse paralisada com os joelhos levantados e permaneceu deitada nesta posição por quase 60 anos, oferecendo ao Senhor todos os seus sofrimentos.

María Antonia viveu tudo com os olhos da fé e convidou aqueles que a visitavam a confiar sempre em Deus, em qualquer situação.

Embora fosse leiga, os habitantes da cidade a chamavam de "a freira de São Bruno" porque quando criança foi curada de uma infecção por intercessão de são Bruno de Colônia.

Muitos a procuravam em busca de conselhos e orações e encontravam paz e serenidade. Com ela rezam o terço três vezes ao dia.

Morreu em 27 de maio de 1953, aos 78 anos.

O jornal Avvenire, da Conferência Episcopal Italiana (CEI), disse que a causa de postulação apresentou à Congregação para a Causa dos Santos as provas de uma "cura milagrosa" em dezembro de 2004, de uma mulher que sofria de uma "forma grave de artrose degenerativa nos joelhos" e que lhe causava dores muito fortes.

Gaetana Tolomeo, conhecida como "Nuccia", nasceu em 19 de abril de 1936. Desde o nascimento tinha dificuldade para andar devido a uma doença que era quase desconhecida na época.

Segundo o Avvenire, "ajudada e apoiada pela mãe, pelas freiras, pelos padres, contemplando o Crucifixo, Nuccia iniciou um caminho de fé que durou toda a sua vida com momentos de 'angústia e tristeza' e, às vezes de desespero. Ainda muito jovem, durante uma viagem a Lourdes, escreveu: Ofereci-me como vítima e rezei pela conversão dos pecadores."

Na década de 1980, escreveu: "Ao ver minha vida interrompida, fiquei preocupada em me abandonar em pensamentos terríveis! Em minha necessidade avassaladora de amor e proteção, voltei-me para o Crucifixo. Perto de ti, Jesus, agradeço ao Amor por ter me crucificado por amor".

Ela ofereceu sua paralisia física pela santificação dos sacerdotes. Aos 31 anos, escreveu numa carta a um que estava em crise e disse-lhe que "tudo o que faço é orar e oferecer por vocês (...). Estou sentada em uma cadeira de rodas e ficaria mais 50 anos para ajudar as almas, para ajudá-los".

Nos últimos três anos de sua vida, a nova beata colaborou com a rádio Maria, com duas transmissões nas quais compartilhava seus pensamentos que se chamavam "Também há alegria no sofrimento" e "O sofrimento é a vitória do amor!".

Muitas pessoas telefonavam ou escreviam para ela de toda a Itália. Ela se correspondeu com presos até a sua morte em 24 de janeiro de 1997. Tinha "uma grande capacidade de consolação porque se tornou apóstolo da consolação".

Ela também escreveu este texto, agradecendo a Deus por seus sofrimentos.

"Obrigado por tudo, Pai bom e misericordioso! Eu te louvo, eu te bendigo e te agradeço por cada gesto de amor recebido, mas acima de tudo por cada privação sofrida. Quero agradecer-te de modo especial pelo dom da imobilidade, que tem sido para mim uma verdadeira escola de abandono, humildade, paciência e gratidão, e tem sido para os amigos do meu Getsêmani, um exercício de caridade e de todas as outras virtudes".

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