17 de dezembro de 2024 Doar
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Condenado é executado nos EUA apesar do pedido de clemência do papa

Papa Francisco. Crédito: María Testino | ACI Prensa

Ernest Lee Johnson, de 61 anos, foi executado ontem, 5 de outubro, em Bonne Terre, Missouri, EUA, com uma injeção letal apesar do pedido de clemência que o papa Francisco e outras pessoas fizeram.

O papa Francisco, por meio do núncio apostólico nos Estados Unidos, dom Christophe Pierre, pediu clemência para Johnson, condenado à morte por matar a marteladas três empregados de um posto de uma loja em um posto de gasolina em 1994 durante um assalto fracassado em Columbia, Missouri.

"Sua Santidade deseja apresentar a você o simples fato da humanidade do senhor Johnson e o caráter sagrado de toda a vida humana", escreveu o arcebispo em uma carta ao governador do Missouri, o republicano Michael Parson.

O arcebispo pediu ao governador que considere que "quando se detém toda violência de todo tipo, inclusive a violência da execução legal, toda a sociedade se beneficia".

A carta também cita a exortação do papa Francisco, na encíclica Fratelli tutti, de não permitir "que a atrocidade de seus crimes alimente um desejo de vingança", mas de buscar curar as feridas infligidas.

No texto divulgado pelo Vatican News, dom Pierre agradeceu ao governador pelas "posições corajosas do Missouri em apoio à dignidade da vida" e destacou que rejeitar a pena de morte neste caso "seria um reconhecimento igualmente corajoso da dignidade inalienável da pessoa humana".

O arcebispo citou novamente o papa, que destacou que "se eu não negar a dignidade dos piores criminosos, não negarei a dignidade humana a ninguém".

"Não é um reconhecimento universal de nossa sagrada dignidade humana a melhor defesa possível para a sociedade contra a guerra e a violência em nosso mundo?", questionou.

Parson rejeitou, nesta segunda-feira, os pedidos para interromper a execução. "O Estado está preparado para fazer justiça e cumprir a sentença legal que o senhor Johnson recebeu", disse Parson em um comunicado. "As provas demonstram que o senhor Johnson fez tudo o que pôde para planejar e ocultar o seu crime", explicou. "Três jurados analisaram o caso de Johnson e recomendaram a sentença de morte", acrescentou.

"A alegação do senhor Johnson de que ele não é competente para ser executado foi analisada e rejeitada por um júri e pelos tribunais em seis ocasiões, incluindo uma decisão unânime da Suprema Corte do Missouri", disse o governador.

Os advogados de Johnson tentaram várias vezes bloquear sua execução, alegando que ele tem deficiência intelectual e violaria a Oitava Emenda da Constituição, uma regra que proíbe punições cruéis e incomuns.

Em agosto de 2018, o Papa Francisco autorizou uma modificação no número 2.267 do Catecismo da Igreja Católica, que se refere à pena de morte.

O texto agora afirma que "a Igreja ensina, à luz do Evangelho, que 'a pena de morte é inadmissível, porque atenta contra a inviolabilidade e dignidade da pessoa', e empenha-se com determinação a favor da sua abolição em todo o mundo".

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