17 de dezembro de 2024 Doar
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Papa Francisco aos católicos na Rússia: é preciso dar testemunho do Evangelho

Catedral Católica da Imaculada Conceição em Moscou | Sergey Ilyin-Mikhalski via Wikimedia (domínio público).

Quando a União Soviética estava se desintegrando há 30 anos, São João Paulo II criou administrações apostólicos para o cuidado pastoral dos católicos de rito latino em Moscou e na Sibéria.

O Papa Francisco marcou o 30º aniversário do estabelecimento destas Administrações Apostólicas com uma mensagem encorajando os católicos de rito latino na Rússia a darem testemunho do Evangelho.

"Meu desejo é que esta comemoração estimule toda a comunidade católica na Federação Russa a ser uma semente evangélica que, com alegria e humildade, ofereça uma visão clara do Reino de Deus", escreveu o papa na mensagem publicada em 10 de outubro.

"Desejo que vocês sejam uma comunidade de homens e mulheres, crianças e adultos, jovens e idosos, sacerdotes e leigos, pessoas consagradas e pessoas em busca de uma vocação, lutando pela comunhão com todos, a fim de dar testemunho com simplicidade e generosidade, na vida familiar e em todas as áreas da vida cotidiana, do dom da graça recebida". Isto é sumamente agradável a Deus e contribui para o bem comum de toda a sociedade".

Três décadas depois da queda da União Soviética, os católicos ainda constituem uma minoria religiosa na Rússia. A imensa maioria da população russa é membro da Igreja Ortodoxa Russa.

Em sua mensagem, o papa Francisco pediu aos católicos na Rússia que partilhassem a solidariedade e tomassem medidas para a unidade com os cristãos ortodoxos orientais.

"No contexto da tradição cristã oriental em que vivem, é importante continuar caminhando junto com todos os seus irmãos e irmãs cristãos, sem cansar-se de pedir a ajuda do Senhor para aprofundar o conhecimento mútuo e avançar, passo a passo, no caminho da unidade", disse o papa.

"Orando por todos e servindo aqueles com quem partilhamos a mesma humanidade, que Jesus uniu a si de forma inseparável, nos redescobriremos como irmãos e irmãs numa peregrinação comum em direção à meta da comunhão, que Deus nos indica em cada celebração eucarística".

A mensagem do papa, assinada em 16 de setembro e divulgada no passado 10 de outubro, dias depois da visita do Metropolita Hilarion Alfeyev, um líder da Igreja Ortodoxa, ao Vaticano.

O Metropolita ortodoxo russo de Volokolamsk participou de um encontro inter-religioso no dia 4 de outubro no Vaticano para emitir um apelo conjunto pedindo "zero emissões de carbono o mais rápido possível".

Hilarion, que atua como presidente do Departamento de Relações Externas da Igreja do Patriarcado de Moscou, disse em uma entrevista após sua audiência particular com o papa em 6 de outubro que ele acha que outro encontro entre o Papa Francisco e o Patriarca Kirill de Moscou acontecerá, mas que uma potencial viagem papal à Rússia seria "impossível no momento".

O metropolita russo disse ao jornal italiano Corriere della Sera que embora os cristãos na Rússia não enfrentem mais os obstáculos que existiam na União Soviética por 70 anos, muitos cristãos batizados na Rússia de hoje ainda não conhecem realmente o Evangelho.

"Na universidade de que lhes falei, provavelmente 90% dos alunos são batizados, mas apenas um em cada quatro haviam lido o Evangelho. Eles não são pagãos, eles se consideram cristãos ortodoxos, mas se eles não leram o Evangelho significa que esta é uma ortodoxia nominal, não uma verdadeira ortodoxia", disse Hilarion.

"Creio que esta é a tarefa principal para todos: fazer com que as pessoas vejam Cristo".

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