21 de novembro de 2024 Doar
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Arcebispo de Liechtenstein não fará processo sinodal para evitar “ideologização”

Dom Wolfgang Haas. Crédito: Monegasque2 (CC BY-SA 4.0)

Dom Wolfgang Haas, arcebispo de Vaduz no Principado de Liechtenstein, informou que o processo sinodal não acontecerá em sua arquidiocese e explicou que tomou esta decisão para evitar o risco das "ramificações ideológicas".

No dia 10 de outubro, o papa Francisco inaugurou oficialmente no Vaticano o processo sinodal que acontecerá em três fases.

Estas fases se concluirão em outubro de 2023, com a celebração em Roma da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos com o tema "Por uma Igreja Sinodal: Comunhão, Participação e Missão".

"Sou da opinião que em nossa pequena arquidiocese podemos, por boas razões, abster-nos de realizar um procedimento tão complexo e às vezes até complicado, que nesta parte do mundo corre o risco de sofrer ramificações ideológicas", escreveu dom Haas em uma carta publicada em 15 de outubro no site da arquidiocese de Vaduz.

O arcebispo explicou sua decisão, dizendo que "as relações estreitas em nossas paróquias permitem um contato mútuo rápido e descomplicado entre pastores e leigos, de modo que um intercâmbio espiritual sempre foi e é possível".

Neste sentido, "todos aqueles que queiram podem começar um diálogo entre si, escutar-se e manter uma comunicação pessoal através de sugestões, desejos e ideias na vida diária da Igreja".

"Nos conselhos paroquiais e eclesiásticos, assim como nas instituições escolares, sociais e caritativas e nas instituições educativas, existem relações constantes entre as pessoas interessadas, onde pode haver uma interação responsável, discreta e sensível", destacou.

Por outro lado, "já acontece que as consultas se realizam em diversos níveis, isto é, também a nível diocesano".

Dom Haas disse que "quem deseja enviar desejos, preocupações e sugestões por escrito, para moldar a vida da Igreja em nossa diocese, ainda pode fazê-lo e comunicar-se diretamente com o arcebispo ou com o vicariato geral".

O arcebispo disse também que "no 'Vademécum para o Sínodo sobre a Sinodalidade', que é o manual oficial para as deliberações nas Igrejas locais, a principal tarefa do bispo consiste na escuta, mas não em grandes discussões e debates prolongados".

O bispo, concluiu dom Haas, deve ouvir "o que o Espírito Santo quer nos dizer. Esta escuta pressupõe a nossa oração pedindo o dom espiritual do discernimento".

As fases do Sínodo dos Bispos

A primeira fase do processo sinodal ocorre nas dioceses, onde participam paróquias, movimentos laicais, escolas, universidades, congregações, grupos de ação e outras realidades eclesiais diocesanas.

A segunda fase terá como protagonistas as conferências episcopais e os sínodos das Igrejas orientais. Nela se recolhem todas as contribuições da fase diocesana e se faz uma síntese para um encontro pré-sinodal.

Do encontro pré-sinodal sairá um primeiro Instrumentum laboris (documento de trabalho), que orientará o processo sinodal em sua terceira fase, a fase continental, da qual surgirá um segundo e definitivo Instrumentum laboris.

Este segundo instrumento de trabalho orientará os debates dos padres sinodais na assembleia de outubro de 2023, após a qual haverá um documento final; com o qual o papa pode ou não escrever uma exortação apostólica pós-sinodal.

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