26 de dezembro de 2024 Doar
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Após parto prematuro forçado por autoridades bolivianos, bebê de menina que disse não ao aborto morre

Imagem ilustrativa | Liv Bruce (Unsplash)

O bebê de uma menina de 11 anos que não queria abortar morreu poucas horas depois de um parto prematuro forçado pelos médicos por ordem do governo da Bolívia.

A menina de 11 anos ficou grávida após ser estupros repetidas vezes pelo pai de seu padrasto. Apesar da pressão da justiça boliviana e de organizações pró-aborto, a menor e sua mãe se recusaram a matar o bebê e optaram por entregá-lo para adoção.

A defensora pública Nadia Cruz, defensora do aborto, levou a menor a um centro médico para antecipar o parto.

Após um trabalho de parto de cerca de 12 horas, o bebê, com cerca de 24 semanas de gestação, nasceu na manhã do dia 6 de novembro, pesando 500 gramas. Poucas horas depois, o bebê, a quem deram o nome de José María, morreu.

Em declarações à imprensa, em 7 de novembro, o ministro do interior da Bolívia, Eduardo Del Castillo, afirmou que "a menor já teve alta ontem (...) a pessoa retirou o produto de seu corpo, conforme estabelecido pela justiça de nosso país ".

"Um dia Deus vai nos pedir contas"

O arcebispo de Santa Cruz, dom Sergio Gualberti, presidiu ontem um momento de oração e toque de sinos em sinal de luto pela morte do bebê, após o parto prematuro ordenado pelas autoridades bolivianas.

Em sua reflexão, dom Gualberti questionou: "Em base a que razão decidiram optar pela vida de uma só vítima e por que provocaram uma indução desnecessária do bebê colocando em risco a vida da jovem mãe, submetida a um longo e doloroso trabalho de parto, em vez de lutar para salvar as duas vidas?"

"E se a razão que alegam é que a vida da jovem mãe estava em perigo, por que esse procedimento foi realizado em um hospital de segunda categoria, em vez de em um hospital de referência com uma boa enfermaria neonatal?"

"Outra pergunta: por que, para aplicar a vacina anti-COVID em adolescentes de até 16 anos, é necessária a assinatura da mãe ou do pai, e em vez disso, nesse caso, impediram a mãe de acompanhar a menina de 11 anos na maior parte do longo e trágico procedimento e a mantiveram em isolamento sem que seu consentimento seja informado. Eles não o fizeram, porque só queriam executar seu plano nefasto de descartar o bebê", disse.

O arcebispo destacou que "a pequena criatura nasceu viva e lutou por algumas horas, o tempo suficiente para cumprir a missão que Deus lhe confiou: sacudir nossas consciências letárgicas e indiferentes, gritar ao mundo inteiro o direito à vida em nome de todos, sem discriminação".

Para o bispo, a morte de José María exorta os católicos bolivianos "a lutar contra todas as leis de morte e implementar medidas para prevenir abusos, estupros e assassinatos de mulheres, meninas e meninos, efeitos da falta de valores cristãos, alcoolismo e de uma cultura machista".

"Tenhamos plena certeza: um dia Deus nos pedirá que prestemos contas de todas as nossas ações, se defendemos toda vida humana ou se fomos porta-vozes e algozes da morte".

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