Vaticano, Nov 22, 2021 / 08:51 am
O papa Francisco lembrou, durante o Ângelus dominical de 21 de novembro no Vaticano, o padre Jan Franciszek Macha, decapitado pelos nazistas em 1942 e que foi beatificado no sábado, na Catedral de Cristo Rei, em Katowice, Polônia.
O padre Macha foi "assassinado por ódio à fé em 1942, no contexto da perseguição do regime nazista contra a Igreja. Na obscuridade da prisão, encontrou em Deus a força e a mansidão para enfrentar aquele calvário. Que o seu martírio seja uma semente fecunda de esperança e paz", disse o papa.
Jan Franciszek Macha, conhecido como Hanik, nasceu em 18 de janeiro de 1914 em Chorzów Stary, na província da Silésia, sul da Polônia. Ele tinha duas irmãs e um irmão.
Em 1934 entrou no Seminário Teológico da Silésia. Ele foi ordenado sacerdote para a arquidiocese de Katowice em 25 de junho de 1939. Três meses depois a Alemanha nazista invadiu a Polônia, dando início à Segunda Guerra Mudial.
Após uma substituição de dois meses em sua paróquia natal, em 10 de setembro assumiu o cargo de vigário na igreja paroquial de são José em Ruda Śląska.
Durante a ocupação nazizta, o padre Macha desenvolveu uma intensa atividade de caridade entre as famílias polonesas afetadas pela ocupação. Ele era membro do grupo clandestino Konwalia (Lírio dos Vales), que ajudava os necessitados. Ele também publicou o jornal clandestino Świt (Auora).
A Gestapo, a polícia secreta da Alemanha nazista, prendeu Macha em 5 de setembro de 1941 em uma estação de trem em Katowice. Encontraram uma lista de pessoas que ele e seus associados ajudaram, bem como outros documentos que mostravam que haviam arrecadado dinheiro e dado a pessoas necessitadas.
Macha foi condenado à morte por decapitação em uma breve audiência em Katowice em 17 de julho de 1942. Ele foi executado na guilhotina na prisão de Katowice às 12h15 de 3 de dezembro de 1942, apesar dos esforços de sua mãe para obter o perdão.
A cerimônia de beatificação foi celebrada pelo prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, cardeal Marcello Semeraro. "Enquanto a violência e os abusos da guerra faziam estragos na Polônia e em todo o mundo, [Jan] compreendeu que só a fé e a caridade permitem reconhecer em cada pessoa, criada à imagem e semelhança de Deus, a sua própria dignidade inalienável", disse o cardeal.
O padre Macha foi um dos milhares de padres católicos assassinados durante a ocupação da Polônia pela Alemanha nazista entre 1939 e 1945. Cerca de um quinto dos 10 mil padres diocesanos na Polônia morreram.
No campo de concentração de Dachau, descrito como o maior cemitério de padres do mundo, 868 clérigos foram assassinados pelos nazistas.
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