18 de dezembro de 2024 Doar
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Ganhadores de Grammy Latino oferecem prêmio à Virgem da Caridade, padroeira de Cuba

O cantor cubano Yotuel Romero e sua mulher, a também cantora Beatriz Luengo, ofereceram os dois Grammy Latinos que ganharam com a música "Patria y vida" (Pátria e Vida) à Virgem da Caridade, padroeira de Cuba, em seu eremitério em Miami. "Pátria e vida" é um dos lemas das manifestações pacíficas pela liberdade em Cuba.

"Patria y vida" recebeu os prêmios Grammy Latino de canção do ano e canção urbana 2021 na cerimônia de 18 de novembro em Las Vegas. Do vídeo oficial da canção participa o rapper Maykel Osorbo, preso em Cuba desde maio.

A canção tornou-se um hino das manifestações de protestos de 11 de julho deste ano na ilha, que foram duramente reprimidas pelas autoridades cubanas.

Romero e a mulher participaram da missa dominical junto com sua filha e colocaram os dois prêmios aos pés da Virgem. Yotuel também pôs uma bandeira cubana ao pé da imagem mariana, com a permissão do padre celebrante e reitor do santuário, padre Fernando Hería.

Enquanto cantavam "Patria y vida", Yotuel exortou os fiéis presentes a "fechar os olhos e pensar que estamos em Havana, em Santiago, em Pinar del Río ou em Camagüey. Esse dia chegará em breve, meu povo".

"Estamos entrando em 2022 e, com fé em Deus e com fé em Nossa Senhora, tenho a certeza de que ela nos dará a liberdade em 2022; e temos que mostrar-lhe e visualizar essa Cuba de 'pátria e vida' todos os dias".

"Que Deus nos abençoe, que a Virgem abençoe minha família, minha filha, minha esposa, minha mãe; mas acima de tudo que abençoe os cubanos que amam a liberdade", disse Yotuel, que também pediu "liberdade para os presos políticos" e para Maykel Osorbo.

"Cachita", disse o cantor usando o apelido carinhoso com que os cubanos chamam a Virgem da Caridade, "te pedimos com as maiores forças de nossas entranhas. Eu quero que esta frase ressoe e chegue a seus pés e todos repitam comigo assim: 'Você vive em 1959, eu vivo em 2022. Sessenta anos de dominó trancado. Pátria e vida!".

Este trecho da letra da música "Patria y vida" faz referência aos 62 anos da ditadura comunista. O cantor cantou parte da música de joelhos diante da Virgem.

Ativistas e padres em vários lugares de Cuba denunciaram a perseguição, o assédio e a militarização das ruas para impedir as marchas pacíficas pela liberdade de Cuba que tinham sido convocadas para o dia 15 de novembro, mas impedidas pelo governo.

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