19 de dezembro de 2024 Doar
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Por que católicos devem contemplar a morte durante o Advento

Menino Jesus com os braços abertos e os pés superpostos, como na Cruz | Domínio público

Os católicos devem contemplar a morte em preparação para o nascimento do Menino Jesus, diz a irmã Danielle Victoria. "O menino Jesus veio morrer por nós", disse ela à CNA, agência em inglês do grupo ACI. Mesmo na arte, como um bebê nos presépios, Cristo freqüentemente aparece com os pés "uns em cima do outro e as mãos estendidas", já na forma do crucificado.

A irmã Danielle Victoria, religiosa americana das Filhas de São Paulo, desenhou o logotipo e as capas da série de livros "memento mori" da irmã Theresa Aletheia Noble. A série renovou o interesse na antiga prática cristã de "memento mori" ou "lembre-se de que vai morrer" à luz de Cristo.

O último livro da série, sobre o Advento e as últimas coisas, publicado em outubro, reflete sobre a morte, o julgamento, o céu e o inferno, tópicos tradicionalmente associados ao Advento.

"Realmente se encaixa como uma luva com as quatro semanas e com a realidade do Natal", disse a irmã Danielle Victoria. O Advento é um tempo de preparação e "as quatro últimas coisas dizem respeito à preparação para o céu".

As Filhas de São Paulo, ordem com mais de 2 mil religiosas em todo o mundo, começou em 1915. Conhecidas como as "Freiras da Mídia", elas dedicam suas vidas a comunicar o amor de Cristo com suas próprias vidas e através da mídia.

O novo livro enfatiza essa relação simbiótica entre morte e vida: Que Cristo, por meio de sua vida, morte e ressurreição, trouxe vida. Morre-se com a esperança da vida eterna e, refletindo sobre a morte, vive-se mais plenamente na Terra. "O Advento não significaria nada se Jesus não viesse para nos salvar da morte, o inimigo mais intimidante da humanidade e adversário impossível", escreve irmã Theresa Aletheia.

As quatro últimas coisas

Embora as últimas coisas sejam tradicionalmente listadas como "morte, julgamento, céu e inferno", o livro muda a ordem para terminar com o céu, de modo que venha logo antes do Natal. As quatro últimas coisas reconhecem o que os católicos sabem: que cada pessoa morrerá, enfrentará o julgamento e então irá para o céu ou para o inferno.

Irmã Danielle Victoria sublinha o valor de contemplar a morte agora, para viver bem a vida. "Todas as nossas decisões e como vivemos nossa vida todos os dias estão criando um vínculo em nosso coração com nossas ações e nossa vontade com o céu ou o inferno", disse ela. "Podemos estar vivendo um inferno na Terra agora porque é para isso que estamos nos preparando. Ou podemos estar vivendo o paraíso na Terra agora, mesmo em meio às dificuldades, porque é para isso que estamos nos preparando."

"Eu acho que esse é um grande sentido da prática de olhar para as últimas coisas e então ter isso levando a receber este grande presente de Cristo e a alegria do Natal", disse ela. "É como se você estivesse preparando seu próprio presente, você mesmo, para Cristo, durante esse tempo."

Medo do inferno

Irmã Danielle Victoria diz que há maneiras incorretas de abordar o memento mori e as últimas coisas. "Acho que muitas pessoas podem se identificar com o fato de que a imagem do inferno pesa sobre elas". Em vez disso, irmã Theresa Aletheia convida a contemplar a morte e as últimas coisas "através do olhar amoroso do Pai" ao tomar consciência de Deus "que convida a ser quem você é chamado a ser e o quanto Ele ama".

"Pode ser verdade que sejamos mortais e não somos nada e que somos pecadores e que um dia morreremos", disse ela da Itália, onde está se preparando para seus votos finais. "Mas também é verdade que temos um salvador que nos ama profundamente e que nos salvou."

Cristo "quer derramar essa graça salvadora em nossos corações todos os dias", acrescentou ela. "Uma das maneiras de fazer isso é quando nos lembramos de nossa morte e quando vamos até ele e dizemos: 'Jesus, estou com medo da morte. Jesus, estou com medo do inferno. Jesus, eu quero ir para o céu. Jesus, por favor, ajude-me a ser a melhor pessoa, a pessoa que você quer que eu seja, uma pessoa cheia de graça que está perto de você, que caminha perto de você, que cresce em santidade."

"É disso que trata o memento mori", conclui.

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