22 de dezembro de 2024 Doar
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Santa Sé volta a defender vacinas contra covid-19

A cúpula da basíica de São Pedro e a árvore de Natal do Vaticano | Daniel Ibáñez (ACI)

A Sala de Imprensa da Santa Sé emitiu um comunicado reiterando a posição do papa Francisco sobre as vacinas hoje, 22 de dezembro, depois da divulgação de dois novos documentos sobre a pandemia pelos departamentos da Cúria e o primeiro aniversário de uma declaração da Congregação para a Doutrina da Fé sobre vacinas.

"Depois da publicação de hoje dos novos documentos da Comissão Covid-19 do Vaticano e da Pontifícia Academia para a Vida, um ano após a publicação da nota sobre o mesmo tema pela Congregação para a Doutrina da Fé e do comunicado oficial das Pontifícias Academias de Ciências e Ciências Sociais, parece oportuno reafirmar a posição da Santa Sé a favor das vacinas", diz o comunicado.

"O Santo Padre definiu a vacinação como 'um ato de amor', uma vez que visa a proteção das pessoas contra a covid-19. Além disso, ele reiterou recentemente a necessidade de a comunidade internacional intensificar seus esforços de cooperação para que todos tenham acesso rápido às vacinas, não por uma questão de conveniência, mas de justiça".

A Comissão COVID-19 da Santa Sé emitiu um documento hoje sobre "Crianças e COVID-19" em italiano, francês, inglês e espanhol.

"A pandemia de covid-19 jogou inúmeras crianças em extrema pobreza e deixou muitas sem pais e responsáveis", diz o documento.

"Em todo o mundo, tem havido um aumento da exploração e da violência contra as crianças e a redução ou suspensão do acesso às instalações educacionais. Governos, organizações da sociedade civil e a Igreja devem se unir para aliviar o sofrimento crescente das crianças mais vulneráveis entre nós".

A Pontifícia Academia para a Vida também divulgou na quarta-feira o texto "Pandemia e desafios para a educação", sobre as dificuldades enfrentadas por crianças e adolescentes privadas de escola pelas medidas impostas contra a pandemia.

"Mesmo que seus efeitos não sejam imediatamente evidentes, em todo o mundo o estresse psicossocial a que as crianças são submetidas como resultado da pandemia resultou em sofrimento e doenças que têm consequências amplamente diferentes com base na idade e nas condições sociais e ambientais", afirma. disse.

A intervenção da Santa Sé ocorre em um momento em que países ao redor do mundo impõem novas restrições com o objetivo de desacelerar o aumento das infecções causadas pela variante ômicron, que se acredita ser mais contagiosa, ainda que menos letal, do que o vírus SARS-CoV-2 original.

Essas medidas geraram protestos em vários países europeus. Cerca de 44 mil pessoas participaram de uma manifestação contra as vacinas obrigatórias em Viena em 11 de dezembro, depois que o governo anunciou que a Áustria se tornaria o primeiro país ocidental a introduzir a vacinação obrigatória contra covid-19, em fevereiro próximo.

A Itália assistiu a greves e protestos contra a decisão do governo de tornar o Green Pass obrigatório para os trabalhadores. O Green Pass prova que o titular foi vacinado, ou fez um teste negativo nas últimas 48 horas ou se recuperou recentemente da doença.

A declaração de hoje da Santa Sé não fala sobre vacinação obrigatória.

Em dezembro de 2020, a Congregação para a Doutrina da Fé (CDF) afirmou em sua "Nota sobre a moralidade do uso de algumas vacinas anti-COVID-19" que "a vacinação não é, como regra, uma obrigação moral e, portanto, deve ser voluntária."

A nota da CDF foi feita por causa da preocupação dos católicos sobre o fato de que todas as vacinas de covid-19 foram produzidas ou testadas usando linhagens de células originadas de bebês abortados. A CDF considerou que, na falta de outra alternativa, as vacinas podem ser tomadas. Os que se recusarem a tomar vacinas, diz a congregação, "devem fazer o possível para evitar, por outros meios profiláticos e comportamentos adequados, que se tornem veículos de transmissão do agente infeccioso".

O papa Francisco e altos funcionários da Santa Sé têm repetidamente instado os católicos a se vacinar.

O Vaticano começou a administrar doses da vacina Pfizer-BioNtech em janeiro e confirmou em fevereiro que o papa Francisco e o papa emérito Bento XVI receberam a segunda dose da vacina. Em outubro começou a ser administrada a terceira dose.

O papa Francisco gravou um anúncio apoiando a vacinação, produzido pela Ad Council, uma ONG americana, e divulgado em agosto.

No anúncio ele disse: "Tomar as vacinas autorizadas pelas respetivas autoridades é um ato de amor. Rezo a Deus para que cada um de nós possa fazer seu próprio pequeno gesto de amor. Por menor que seja, o amor é sempre grande".

Desde outubro, o Vaticano exige que todos os visitantes e funcionários mostrem um passe covid-19 provando que foram vacinados, se recuperaram do coronavírus ou tiveram teste negativo recente para a doença.

Três guardas suíços se demitiram da força militar de proteção ao papa por se recusarem a cumprir a exigência de vacina. Outros guardas foram suspensos até estarem totalmente vacinados.

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