22 de novembro de 2024 Doar
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Cardeal africano deixa dicastério do humanismo integral

O cardeal Peter Turkson (dir.) e seu sucessor, Michael Czerny | CNA

O cardeal ganense Peter Turkson deixou hoje de ser o prefeito do Dicastério para a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral. Desde o início da semana havia rumores de que Turkson pediria demissão do cargo.

Criado cardeal em 2003 por são João Paulo II e chamado à Cúria por Bento XVI em 2009 como Presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz, Turkson esteve à frente do Dicastério para a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral desde 31 de agosto de 2016, quando o órgão, centro nevrálgico do pontificado do papa Francisco foi criado. Nos cinco anos em que comandou o órgão, Turkson foi um dos cardeais mais próximos e mais ouvidos pelo papa. Foi Turkson o encarregado pelo papa de apresentar a encíclica Laudato Sì à imprensa.

O mandato dos prefeitos de dicastérios da cúria e de cinco anos, mas, normalmente, eles ficam no cargo por nomeação tácita do papa.

A saída de Turkson, ao final dos cinco anos do primeiro mandato, lembra a saída do Cardeal Müller da Congregação para a Doutrina da Fé em 2017. A decisão de não reconduzir Müller ao cargo, no entanto, era esperada. O cardeal alemão tinha e segue tendo discordâncias com o papa.

Turkson se aposentou aos 73 anos e teria, segundo as normas canônicas, mais dois de serviço, se não mais devido ao hábito do papa Francisco de estender além do limite de 75 anos os bispos e cardeais em seus escritórios.

O cardeal Turkson será sucedido pelo cardeal Michael Czerny, até então subsecretário do dicastério e responsável pela seção de migrantes, que depende diretamente do papa. Czerny nasceu em Brno, República Tcheca.

Com a saída de Turkson, a cúria romana fica sem nenhum africano no primeiro escalão. Francisco tirou o cardeal guineense Robert Sarah da chefia da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos em fevereiro deste ano, substituindo-o pelo inglês Arthur Roche. Como Turkson, Sarah tinha sido levado à cúria por Bento XVI. O primeiro africano a chefiar um dicastério romano foi Bernardin Gantin, nascido no Benin e nomeado pelo papa são Paulo VI presidente da Comissão Pontifícia de Justiça e Paz em 1976. Em 1984, Gantin foi nomeado prefeito da Congregação para os Bispos por são João Paulo II.

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