22 de dezembro de 2024 Doar
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Facebook censura campanha de fundação pontifícia a favor de mulheres forçadas a casar

Anúncio da campanha censurada pelas empresas do Facebook | ACN UK

Aid to the Church in Need UK, braço britânico da Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre, diz ter sido censurada e ter tido sua conta desativada pelo Facebook sem explicação por causa e uma petição por maiores esforços para impedir sequestro, conversão forçada e casamento forçado de mulheres e meninas cristãs em países islâmicos.

Ajuda à Igreja que Sofre é uma fundação pontifícia diretamente subordinada à Santa Sé, que defende as pessoas de fé que são "perseguidas, oprimidas ou necessitadas", segundo a declaração de missão do grupo.

A fundação lançou sua campanha com uma série de anúncios no Facebook no início de novembro, junto com o lançamento do relatório "Hear Her Cries" (Ouça os gritos dela), sobre o abuso desenfreado e amplamente ignorado de mulheres e meninas que são cristãs ou membros de outros grupos religiosos minoritários nas mãos de extremistas islâmicos na Nigéria, Moçambique, Iraque, Síria, Egito e Paquistão.

Em 10 de novembro, o Facebook notificou a fundação que estava reduzindo drasticamente o número de anúncios que o grupo poderia postar. O aviso não especifica um motivo.

"Isso ocorre porque muitos anúncios foram ocultados ou denunciados para contas de anúncios associadas a esta empresa. As pessoas ocultam e denunciam os anúncios porque os consideram ofensivos, enganosos, sexualmente inadequados, violentos, sobre um assunto delicado ou por outros motivos," diz a notificação.

A fundação afirma que também perdeu o acesso à plataforma de mensagens instantâneas WhatsApp e ao Instagram, ambos propriedade do Facebook.

Aid to the Church in Need UK diz que, desde que as restrições foram impostas, tentou, sem sucesso, obter uma explicação do gigante das redes sociais. Um e-mail dizendo que o assunto estava sendo analisado foi o máximo que conseguiram como resposta.

"Compreendemos perfeitamente a urgência neste assunto e a importância que isso tem para vocês, mas situações assim requerem uma investigação e uma solução detalhadas e, dadas as circunstâncias, não podemos dar um prazo", diz o email, assinado por um Alex do suporte do Facebook.

John Pontifex, o chefe de imprensa e informação da fundação pontifícia, disse à CNA, agência em inglês do grupo ACI. que a ação do Facebook de fato "matou" a campanha do grupo, que conseguiu 3,2 mil assinaturas. Isso é cerca de um quarto do que esperavam, com base nos resultados de uma campanha anterior, disse ele. Pontifex entregou a petição em 15 de dezembro a Fiona Bruce, membro do Parlamento e enviada especial do primeiro-ministro Boris Johnson para a liberdade religiosa.

Em um comunicado, Neville Kyrke-Smith, diretor nacional da Ajuda à Igreja na Necessidade do Reino Unido, criticou o Facebook.

"Estamos horrorizados que nossa campanha, que visa ajudar mulheres sofredoras, tenha sido censurada de maneira tão draconiana", disse ele. "Ao alegar ter banido nosso anúncio por violar suas diretrizes, mas se recusando a dizer quais diretrizes ou como, o Facebook se fez de juiz, júri e carrasco."

Kyrke-Smith acusa o Facebook de ajudar e encorajar os abusos que a instituição de caridade está tentando impedir. "Ao frear esta campanha, eles estão silenciando essas mulheres duas vezes", disse ele. "Elas são silenciadas quando são tiradas de suas casas e forçadas a viver com seus sequestradores, e agora foram silenciadas novamente pelo Facebook."

Laura Bramon Hassan, diretora executiva do Projeto Philomena, focado no problema do tráfico humano e casamento infantil, qualificou as ações do Facebook como "preocupantes".

"Infelizmente, a violência contra as mulheres é um abuso dos direitos humanos que transcende as divisões culturais, étnicas e religiosas. O trabalho da Ajuda à Igreja que Sofre para acabar com a violência sexual contra as mulheres unifica e amplifica as vozes de grupos religiosos minoritários que abrangem hindus, yazidis e comunidades cristãs", disse Hassan à CNA.

"A decisão do Facebook no Reino Unido de atacar esta coalizão por destacar a situação difícil de um grupo causa perplexidade", disse ela.

O Facebook comentou o assunto antes da publicação desta notícia.

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