Vaticano, Dec 29, 2021 / 10:37 am
Na Audiência Geral de hoje o papa Francisco exortou os fiéis a agir como são José quando tenham medo por causa das adversidades que a vida apresenta, pois José teve a coragem de confiar na Providência de Deus quando o rei Herodes ameaçou a Sagrada Família.
Na Aula Paulo VI do Vaticano, Francisco refletiu sobre a passagem evangélica da fuga ao Egito. Nela, o anjo ordena a são José que tome Maria e o Menino e vá embora, "porque Herodes procurará o Menino para O matar".
Francisco disse que Herodes e são José são dois personagens opostos, o primeiro quer resolver seus problemas e defender seu poder com ferocidade e "crueldade impiedosa", enquanto o segundo é o "homem justo" que age com rapidez e coragem.
São José "demonstra-se corajoso ao cumprir a ordem do Anjo. Podemos imaginar as peripécias que teve de enfrentar durante a longa e perigosa viagem, e as dificuldades que enfrentou durante a permanência num país estrangeiro, com outra língua: inúmeras dificuldades! A sua coragem sobressai também na hora do regresso quando, tranquilizado pelo Anjo, supera os seus compreensíveis receios, estabelecendo-se com Maria e Jesus em Nazaré".
"Herodes e José são dois personagens opostos, que refletem as duas faces da humanidade de sempre. É um lugar-comum errado considerar a coragem como virtude exclusiva do herói. Na realidade, a vida quotidiana de cada pessoa – a tua, a minha, de todos nós – exige coragem: não é possível viver sem a coragem! A coragem para enfrentar as dificuldades de cada dia", disse o papa, lembrando que em todos os tempos houve homens e mulheres corajosos que sofreram injustiças e até a morte por serem coerentes com suas crenças.
"Coragem é sinónimo de fortaleza que, com a justiça, a prudência e a temperança, faz parte do grupo de virtudes humanas chamadas 'cardeais'", acrescentou.
Francisco disse que "a lição que José nos deixa hoje é a seguinte: é verdade, a vida apresenta-nos sempre adversidades, perante as quais podemos sentir-nos também ameaçados, amedrontados, mas não é mostrando o pior de nós, como faz Herodes, que podemos superar certos momentos, mas agindo como José, que reage ao medo com a coragem da confiança na Providência de Deus".
O papa Francisco concluiu sua catequese com uma oração a são José pelos migrantes que fogem das guerras; ele também lembrou os perseguidos por "circunstâncias políticas, históricas ou pessoais". "pensemos em Jesus nos braços de José e Maria, em fuga, e vejamos n'Ele cada um dos migrantes de hoje. A migração de hoje é uma realidade diante da qual não podemos fechar os olhos. É um escândalo social da humanidade!", disse.
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