23 de dezembro de 2024 Doar
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“Aborto não se celebra”, dizem pró-vidas argentinos um ano após a legalização

Lenço azul claro | Unidad Provida.

Com a hashtag #ElAbortoNoSeCelebra (#OAbortoNãoSeCelbra) representantes pró-vida marcaram no dia 30 de dezembro, um ano de aborto legal na Argentina.

A lei do aborto, em vigor desde 15 de janeiro de 2021, permite abortos até a 14ª semana de gestação, e durante os nove meses de gravidez se o bebê for fruto de estupro ou se houver "perigo à vida ou à saúde integral" da mãe.

Segundo dados do governo, desde a aprovação da lei até 30 de novembro de 2021, foram realizados 32,7 mil abortos legais na rede pública.

Nesse período, 1,2 mil hospitais e centros de saúde ofereceram o serviço de aborto, foram prescritos 46,3 mil tratamentos com misoprostol e 904 profissionais de saúde foram capacitados para a prática.

Além disso, 35 ações judiciais foram movidas contra a lei do aborto, das quais apenas duas foram bem-sucedidas. Uma delas, contra Miranda Ruiz, médica que prescreveu misoprostol a uma menina de 21 anos, mesmo depois que ela se arrependeu de abortar seu filho de 22 semanas de gestação. O bebê morreu.

Para Damián Torres, advogado que representou Leandro Rodríguez Lastra, médico condenado por salvar do aborto um bebê de 23 semanas de gestação e a vida de sua mãe, esta data "ficará gravada em nossa memória, pois é o dia em que no nosso país, infelizmente, a morte passou a fazer parte do nosso ordenamento jurídico, do ser mais vulnerável, como é um nascituro".

"Foram usados milhares de argumentos para justificar isso: que não era pessoa, que era um fenômeno, que é o 'meu corpo, minha decisão', que é uma forma de evitar mortes clandestinas, etecétera, etecétera".

"Mas ninguém conseguiu derrubar o argumento fundamental, que desde a concepção existe vida. E não é uma questão de fé, é uma questão científica", disse Torres à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI.

"Não esquecer esta data nos faz pensar e repensar nosso compromisso para reverter isso", agora "nós temos que militar para que a derrogação destas leis seja agenda nos estados", disse o advogado.

Portanto, essas datas devem nos levar a "repensar o que estamos fazendo, aprofundar nossos esforços para que amanhã não seja mais lei e ajudar as mulheres para que sua escolha seja a vida", finalizou.

Enquanto isso, Evelyn Rodríguez, gerente da Rede Nacional de Acompanhamento de Mulheres com Gravidez Vulnerável e da linha telefônica "0800 Provida", disse que "quem milita pelo aborto não se preocupa com a mulher, só se preocupa com a morte. Por isso celebram a aprovação da lei do aborto nº 27.610, mas não celebram a nº 27.611", lei de acompanhamento de mulheres e seus filhos até 3 anos, que foi aprovada na mesma data, disse Rodríguez.

"A premissa é matar crianças indefesas, é a cultura da morte, a cultura do descarte dos mais vulneráveis, o descarte seletivo daqueles que não são queridos por essa sociedade egoísta que só pensa no seu próprio direito e não se importa com o direito dos outros".

Por isso, Rodríguez destacou que em 32 meses de trabalho a rede nacional de acompanhamento recebeu um total de 1,5 mil ligações e mensagens via WhatsApp de mulheres em busca de ajuda.

"Embora nossa contribuição possa parecer muito pequena, destacamos que mais de mil bebês nasceram ou estão em gestação graças ao trabalho altruísta e voluntário de mais de 400 instituições que trabalham com amor em diferentes partes do país", disse Evelyn Rodríguez.

Assim como a onda celeste na Argentina levantou sua voz pelos inocentes nos dias intensos de discussão do projeto durante dezembro de 2020, hoje ela lembra dessa luta com a hashtag #ElAbortoNoSeCelebra.

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