BOGOTÁ, Jan 4, 2022 / 15:26 pm
Após os recentes confrontos armados em quatro municípios da Colômbia que deixaram ao menos 23 mortos e mais de dois mil deslocados à força, o bispo de Arauca, dom Jaime Abril González, pediu não se deixar levar pela violência, dialogar e oferecer a ajuda humanitária necessária.
Nos últimos dias houve uma série de conflitos armados na região de Arauca, na Colômbia, entre as organizações guerrilheiras de esquerda Exército de Libertação Nacional (ELN) e Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Segundo comunicado do Exército da Colômbia de 2 de janeiro, as mortes foram registrados nos municípios araucanos de Fortul, Saravena e Arauquita, no nordeste da Colômbia, na fronteira com a Venezuela. O motivo seria o controle de práticas ilegais no território de fronteira.
Segundo a Conferência Episcopal da Colômbia, o prefeito da cidade de Tame, na região de Arauca, Juan Carlos Villate, informou que "é urgente a criação de corredores humanitários seguros para a saída da população civil dos territórios. Além disso, é necessário um abrigo para mais de 2 mil pessoas que buscam fugir dos confrontos".
Dom Jaime Abril González, bispo de Arauca, expressou em um vídeo sua "profunda preocupação" com os acontecimentos, lamentando que a população civil seja atingida "mais uma vez"; e pediu "que aqueles que geram essa violência deixem as comunidades fora desses confrontos e hostilidades."
Repete-se "a história já vivida entre 2004 e 2011 em Arauca, e que infelizmente deixou um grande número de vítimas, principalmente a população civil, aprofundando a grave crise humanitária e social que a região sofre há décadas", disse.
O bispo exortou a recordar as palavras do papa são João Paulo II: "é uma ilusão acreditar que a guerra e a violência conduzem a verdadeiras soluções, ao contrário, semeiam novos ódios e maiores desconfianças. Só a moderação e a sabedoria abrem caminho para as negociações".
Expressou também a "proximidade e solidariedade" da Igreja Católica "com a população mais afetada pelos acontecimentos"; e fez um "apelo urgente para acalmar os espíritos, pensar com a cabeça fria, olhar para o bem comum e não se deixar levar por um turbilhão de violência que nunca se sabe quais consequências pode gerar".
Também apelou a recordar sempre que "o diálogo é a melhor forma de ultrapassar as diferenças de qualquer natureza, tendo como base fundamental a verdade e a clareza dos fatos".
Dom Jaime Abril pediu às autoridades que "façam o que for necessário para proteger a vida e a integridade da população civil" nas áreas afetadas e "estabeleçam planos de contingência e ajuda humanitária onde for necessário". Além disso, pediu à "Comunidade Internacional" que forneça "o apoio necessário à população civil e suas estruturas organizacionais".
Por fim, disse que a "Igreja Católica de Arauca, 'fiel aos seus princípios evangélicos, estará sempre disposta a colaborar em tudo o que corresponda e seja necessário, a fim de contribuir da melhor forma para a superação dos graves acontecimentos da atualidade e, em geral, para a reconciliação e a paz'".
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