23 de novembro de 2024 Doar
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Cristão paquistanês é condenado à morte por mensagem de texto “blasfema”

Imagem ilustrativa | Gilles Lambert (Unsplash)

Um cristão paquistanês, depois de dez anos na cadeia, foi condenado à morte por "desonrar o profeta Maomé" em mensagens de celular.

Zafar Bhatti tem 57 anos e está na prisão de Adiala, em Rawalpindi, Paquistão, desde 22 de julho de 2012. É o prisioneiro paquistanês com mais tempo na prisão por blasfêmia.

Bhatti é o fundador da ONG Jesus World Mission de ajuda os mais necessitados. Ele foi acusado, preso e condenado à prisão perpétua por "desonrar o profeta Maomé", crime previsto no código penal do Paquistão, em mensagens de celular. Em 3 de janeiro, o juiz Sahibzada Naqib Shehzad do Tribunal Distrital de Rawalpindi mudou a pena de Bhatti de prisão perpétua para pena de morte.

A mulher de Bhattt, Nawab Bibi, disse à AsiaNews, agência católica de notícias da Ásia, que, na prisão foi oferecida a liberdade a Bhatti em troca de renunciar à sua fé em Cristo. "Eles tentaram várias vezes convencê-lo a se converter ao islã para obter sua liberdade, mas Zafar continua firme em sua fé", disse Bibi.

Segundo a agência Fides, serviço noticioso das Obras Missionárias Pontifícias, o celular usado para as mensagens não era de Bhatt, mass si de Ghazala Khan, uma muçulmana. Khan foi julgada por um tribunal local em abril de 2013 e foi libertada sob fiança.

Bhatti, que sempre se disse inocente, sofreu violência durante seu tempo na prisão. Além disso, "ele sofre de diabetes, problemas cardíacos e dores de cabeça frequentes", disse sua cunhada, Abida Ghouri, à AsiaNews, agência católica de notícias da Ásia.

Para Nawab Bibi, a situação sofrida pelo marido é uma grande injustiça, já que até "os verdadeiros criminosos têm a oportunidade de serem soltos sob fiança".

"Quando ouvi a notícia da sentença de morte de Zafar, não consegui parar de chorar e rezar a Jesus", disse Nawab. Abida Ghouri pede aos cristãos que rezem para que seu cunhado recupere sua saúde e possa ser solto.

Não é a primeira vez que cristãos são presos por acusações de blasfêmia no Paquistão. O ativista dos direitos humanos, Ilyas Samuel, disse à Fides que as leis de blasfêmia são "usadas como ferramenta de vingança contra pessoas inocentes".

O Código Penal do Paquistão tipifica como crime o discurso que insulta ou profana a religião estatal do islã. O Paquistão é um dos quatro países do mundo que condena blasfemos à morte.

O caso mais conhecido de condenação de cristãos por blasfêmia é o de Asia Bibi, mãe de família que passou oito anos na prisão já condenada à morte, antes de ser absolvida em 2018 pela Suprema Corte do país. Atualmente, ela tem status de refugiada no Canadá, onde mora com a família desde maio de 2019.

O advogado de Asia Bibi, Saiful Malook, que no passado denunciou a perseguição sofrida também pelos advogados que defendem os cristãos no Paquistão, disse à Fides "que os tribunais paquistaneses rejeitam rotineiramente os pedidos de fiança das vítimas da lei da blasfêmia".

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