24 de novembro de 2024 Doar
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Padre fala sobre evangelizar uma "cultura milenar" em Hong Kong

Padre José Buzzo, uruguaio que mora em Hong Kong desde 2014 e é vigário regional da prelazia do Opus Dei na Ásia Oriental, falou sobre sua experiência de como a Igreja Católica evangeliza em uma cultu

Padre José Buzzo, uruguaio que mora em Hong Kong desde 2014 e é vigário regional da prelazia do Opus Dei na Ásia Oriental, falou sobre sua experiência de como a Igreja Católica evangeliza em uma cultura milenar.

Hong Kong tem uma população de aproximadamente 7,48 milhões de habitantes. Destes, cerca de 400 mil pessoas se declaram católicas.

"É um privilégio poder ver com os próprios olhos como a semente do Evangelho se enraíza em culturas tão distantes da nossa experiência", mas é também um desafio "comunicar a mensagem segundo os modos e linguagem próprios destes lugares. São culturas antigas", disse o padre Buzzo em entrevista ao jornal "Entre Todos" da arquidiocese de Montevidéu, Uruguai.

O padre expressou sua alegria ao ver que o "trabalho modesto" que realizam "se complementa muito bem com o trabalho das dioceses".

"Nessas terras, as dioceses dedicam suas melhores energias ao cuidado pastoral dos fiéis. Principalmente ao catecumenato. Em Hong Kong, cerca de 3 mil adultos e 3 mil bebês são batizados a cada ano."

Os padres dedicam "horas abundantes" à confissão e direção espiritual. "Oferecemos formação espiritual aos fiéis que a desejam, fomentando o desejo de santidade na vida cotidiana, que é o carisma do Opus Dei".

"Algumas dioceses passam por um tempo de escassez de vocações sacerdotais e os párocos têm dificuldades de conseguir tempo para este acompanhamento. Por sua vez, nós não seríamos capazes de nos encarregar de uma paróquia", explicou o padre Buzzo.

Mesmo assim, "Deus fomenta as vocações, não só para a Obra. Vários rapazes foram para o seminário diocesano. E há poucos dias uma moça que acompanho espiritualmente me escreveu para compartilhar sua alegria: ela decidiu entrar em um instituto de vida consagrada", afirmou o padre.

Padre Buzzo destacou a "hospitalidade própria dos orientais" e disse que a fé é vivida "substancialmente da mesma maneira em todos os lugares" com "uma consideração especial pelo ritual ou pragmatismo próprios dessas culturas".

"Vivem com a consciência de ser minoria e o comunitário é importante. Há uma variedade de iniciativas católicas caritativas e educacionais (cerca de 300 escolas). Mas cada um desses locais responde de maneira diferente à mensagem cristã", acrescentou.

"Em Taiwan, os católicos não chegam a 1%, as pessoas são muito, muito amáveis, mas há um importante apego às tradições ancestrais chinesas. Acho que na China continental há uma maior abertura. Em Hong Kong e Macau, por razões históricas, houve uma maior exposição ao cristianismo e os católicos são mais de 5%. Na Coreia do Sul, a presença católica cresceu muito nestes anos e está em torno de 15%", disse.

O padre Buzzo falou sobre a importância da "criatividade da caridade. Os católicos se mobilizaram para ajudar os mais desfavorecidos durante a emergência sanitária".

"Hong Kong tem, proporcionalmente, a maior Caritas do mundo: os fiéis são generosos e muitas iniciativas foram desenvolvidas, também para a pandemia", assegurou.

Algumas pessoas da prelazia, presentes nos bairros mais desfavorecidos, conseguiram doações de máscaras para as famílias mais necessitadas das escolas diocesanas de Hong Kong.

"Lembro que uma doação de quatro mil máscaras reutilizáveis ​​foi para as dezessete escolas de educação infantil da diocese de Hong Kong. Mas as máscaras eram grandes demais para crianças daquelas idades. Assim, surgiu a ideia de que cada criança deveria identificar entre sua família ou vizinhos, quem estava mais necessitado e dar-lhe o que recebeu. Desta forma, desde cedo, se cultivava neles a alegria de dar", disse o padre Buzzo.

Apesar de viver sete anos na Ásia, o padre conta que se sente como "recém-chegado" porque todos os dias se surpreende pelos gestos e pela forma de viver o Evangelho.

"Naquela região quase não há preconceito contra a Igreja ou as instituições católicas. As pessoas estão dispostas a aprender mais sobre nossa fé." "Ser cristão não é um código de conduta ou uma filosofia, mas um encontro pessoal com Jesus Cristo que me muda por dentro", concluiu o padre.

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