22 de dezembro de 2024 Doar
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Arcebispo do Rio lamenta morte do congolês Moïse, refugiado assistido pela igreja

Moïse Kabamgabe. | Facebook Ccb Rio de Janeiro

A arquidiocese do Rio de Janeiro (RJ) lamentou a morte do congolês Moïse Mugeny Kabamgabe, de 24 anos, vítima de espancamento na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade. Kabamgabe e sua família eram assistidos pela Cáritas arquidiocesana desde que chegaram ao Brasil como refugiados. Em nota, a arquidiocese disse que "rechaça todo o tipo de violência que fere a dignidade humana e rompe a vida".

Moïse Kabamgabe foi morto no dia 24 de janeiro. Segundo a família, ele foi agredido por ter cobrado dois dias de pagamento atrasado em um quiosque onde trabalhava na Barra da Tijuca.  Vídeos de câmeras de segurança divulgados esta semana mostram o rapaz sendo agredido e imobilizado. O corpo dele foi encontrado amarrado em uma escada do quiosque.

Na terça-feira, 1º de fevereiro, três homens foram presos pelas agressões que levaram à morte de Moïse. Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, Brendon Alexandre Luz da Silva e Fábio Pirineus da Silva estavam detidos na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). Hoje, foram transferidos para o presídio de Benfica, após terem a prisão cautelar decretada pela Justiça.

O arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal Orani João Tempesta, afirmou que, "diante de acontecimentos como este, assim como tantos outros cenários de violência", acredita "que algo urgente deve ser feito por toda a sociedade brasileira, tanto as igrejas, como as organizações, entidades sociais e governos".

"Somente um grupo não consegue dar conta dessa transformação social que exige e supõe mudança cultural, mais justiça social, paz e perdão", disse.

A arquidiocese do Rio manifestou estar rezando pela alma de Moïse e também pela família dele, "que neste momento está sendo amparada pela Cáritas arquidiocesana". Segundo a arquidiocese, Moïse e sua família foram auxiliados pela instituição de caridade desde sua chegada ao Brasil, "com o intuito de acolhê-los e proporcionar uma oportunidade de estabilidade profissional em nosso país, em nossa cidade".

Um dos familiares do rapaz agradeceu a Cáritas "por ser a referência e mãe dos refugiados aqui no Brasil". "Agradeço todo o apoio e suporte da Cáritas desde o momento de nossa chegada e principalmente neste momento tão difícil", disse.

O trabalho da Cáritas arquidiocesana do Rio de Janeiro junto aos refugiados é feito há 45 anos, buscando auxiliá-los "na integração, no acolhimento e na assistência". "Nesta missão já foram acolhidos milhares de refugiados, onde alguns ainda são acompanhados pela Cáritas. É uma missão pastoral de ressocialização e de inclusão a nossa sociedade", afirmou a arquidiocese.

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