14 de dezembro de 2024 Doar
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Ex-arcebispo de Paris anuncia que o papa o mantém na Congregação para os Bispos

Arcebispo Michel Aupetit | François Regis Salefran (CC BY-SA 4.0)

Dois meses depois que o papa Francisco aceitou sua renúncia ao cargo de arcebispo de Paris, dom Michel Aupetit anunciou que o papa lhe pediu para continuar como membro da Congregação para os Bispos da Santa Sé.

"Tive a oportunidade de ser recebido pelo Santo Padre esta semana. Pudemos ter uma troca calorosa e pudemos abordar diversos temas", disse o prelado de 70 anos ao Vatican News em francês, em 5 de fevereiro.

"No início, o papa Francisco renovou seu apoio a mim depois da minha renúncia como arcebispo de Paris. Ele repetiu que me considera uma vítima da hipocrisia e do clericalismo", disse Aupetit.

"Ele também expressou sua confiança em mim pedindo-me para permanecer na Congregação romana para os Bispos, da qual, como se sabe, já faço parte, e à qual venho todos os dias 15", disse.

A Congregação para os Bispos da Santa Sé é responsável por selecionar novos bispos em todo o mundo, antes de serem aprovados pelo papa, que tem a decisão final.

O dicastério também é responsável por organizar as visitas ad limina que os bispos fazem a cada cinco anos ao papa para dar conta de sua atuação.

Dom Aupetit disse que conversou muito com o papa "sobre a situação da Igreja na França que preocupa o papa e a da diocese de Paris, além de meus projetos, porque tenho vários para acompanhar as numerosas iniciativas de jovens leigos a serviço dos mais pobres e da missão de evangelização, temas que tocam muito o papa".

Dom Aupetit colocou seu cargo à disposição do papa no final de novembro de 2021, depois que foram publicadas acusações contra ele sobre uma suposta relação com uma mulher em 2012.

Depois de aceitar sua renúncia, o papa Francisco explicou em 6 de dezembro as razões de sua decisão.

Na entrevista coletiva no voo de Atenas a Roma, depois de sua viagem pastoral a Chipre e à Grécia, o papa disse: "Eu me pergunto o que fez Aupetit de tão grave para ter que apresentar a demissão? Que fez ele? Alguém me responda", ao que a jornalista que o questionou sobre isso respondeu "não sei".

"Se não conhecemos a acusação, não podemos condenar. Qual foi a acusação? Quem sabe? É triste…", perguntou o papa.

"Antes de poder responder, pedirei: faça-se a investigação, a pesquisa. Porque existe o perigo de se dizer: 'Foi condenado'. Mas quem o condenou? 'A opinião pública, a tagarelice...' Mas, que fez? 'Não sabemos. Qualquer coisa…'. Se vós sabeis porquê, dizei-o. Caso contrário, não posso responder.", disse o papa Francisco.

"E vós não sabereis o motivo, porque foi uma falta dele, uma falta contra o sexto Mandamento; não uma queda a todo o campo, mas pequenas carícias e massagens que ele fazia: assim aparece a acusação", explicou Francisco.

"Quando a tagarelice cresce, cresce, cresce e tira a fama de uma pessoa, aquele homem não poderá governar porque perdeu a fama não por seu pecado, que é pecado, como o de Pedro, como o meu, como o seu, mas pela tagarelice das pessoas responsáveis por contar as coisas."

"Um homem, a quem tiraram a fama assim publicamente, não pode governar. E esta é uma injustiça. Por isso, eu aceitei a renúncia de Aupetit, não sobre o altar da verdade, mas sobre o altar da hipocrisia", concluiu então o papa.

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