6 de dezembro de 2024 Doar
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Dia contra o câncer infantil: Jovens beatos e veneráveis ofereceram sua doença pela Igreja

Beato Carlo Acutis, beata Chiara Luce e venerável Alexia González-Barros. Créditos: Associação Carlo Acutis; Focolares; www.alexiagb.com

Hoje, 15 de fevereiro, é o Dia Internacional de Luta contra o Câncer Infantil. A data foi criada em 2002, pela Childhood Cancer International a fim de conscientizar sobre a doença e manifestar apoio às crianças, adolescentes e suas famílias. Três crianças e adolescentes que enfrentaram o câncer e ofereceram a doença pelo bem da Igreja e do papa estão a caminho dos altares.

1. Beato Carlo Acutis

O beato Carlo Acutis nasceu em 3 de maio de 1991, em Londres, Inglaterra. Morreu em 2006, aos 15 anos, de leceumia, em Milão, Itália

Desde muito jovem, Carlo demonstrou um carinho especial por Deus e uma sensibilidade singular para conhecer a fé, apesar de seus pais não serem particularmente devotos naquela época. Esse amor pelo Senhor não parava de crescer e se fortalecia na adolescência, quando Carlo foi diagnosticado com leucemia. Naquele momento, longe de se desesperar, Carlo expressou sua vontade de oferecer seus sofrimentos “pelo Senhor, pelo Papa e pela Igreja”. Esse desejo, que revelou profunda maturidade espiritual em seus curtos 15 anos, era a expressão de um coração que desde a mais tenra infância foi tomando a forma do coração de Cristo.

Carlo foi chamado de "ciberapóstolo da Eucaristia", "apóstolo dos millennials" e, recentemente, "apóstolo da Internet", pois foi um promotor dos milagres eucarísticos no ciberespaço. Criou um site com essa finalidade. Costumava dizer que a Eucaristia era sua autoestrada para o céu.

Carlo morreu em 12 de outubro de 2006, dia de Nossa Senhora Aparecida. Foi sepultado em Assis, a seu pedido, pelo grande amor que nutria por são Francisco. Foi beatificado em 10 de outubro de 2020, após o reconhecimento de um milagre por sua intercessão que aconteceu no Brasil.

O menino Matheus foi curado de uma malformação congênita conhecida como pâncreas anular. A mãe de Matheus ouviu falar de Carlo Acutis por meio de um padre amigo e se dedicou a pedir a intercessão de Carlo pela cura de seu filho. O milagre aconteceu depois que Matheus venerou uma das relíquias do beato que chegou ao Brasil em 2013.

2. Beata Chiara Luce Badano

A beata Chiara Luce Badano nasceu em 29 de outubro de 1971, em Sassello, Itália. Morreu em 7 de outubro de 1990, por causa de um câncer ósseo.

Desde pequena demonstrou um profundo amor a Deus. Aos 9 anos, ingressou no Movimento dos Focolares. Em 1985, mudou-se para Savona, para continuar seus estudos no ensino médio.  Aos 16 anos, vivendo como qualquer adolescente entre amigos, música e esportes, ela decidiu consagrar sua vida a Deus. Já nessa época, Chiara começou a desenvolver um vínculo muito estreito com a fundadora dos Focolares, Chiara Lubich, que lhe deu o apelido de "Luce".

No verão de 1988, Chiara foi diagnosticada com um tumor no ombro. A avaliação médica indicou "sarcoma osteogênico com metástase", um tipo de tumor agressivo e doloroso. A jovem se propôs a lutar contra a doença e começou um tratamento intenso de quimioterapia, enquanto tentava continuar com a sua vida comum, sem perder a alegria na fé. Repetia constantemente que oferecia todas as suas dores a Deus, “Por Jesus, por Jesus”; “Isso o faço por ti, Jesus. Si tu o queres, eu também”.

O processo de sua doença a levou pouco a pouco a ficar prostrada. Chiara queria se manter lúcida para oferecer a sua dor, e renunciou aos sedantes e analgésicos. Sua intenção era acompanhar a Cristo sofredor e abandonado.

Seus amigos a visitavam para lhe animar, mas, paradoxalmente, eram eles que, depois de se encontrarem com ela, ficavam animados a seguir o Senhor mais de perto. Chiara sabia que a probabilidade de morrer era grande, mas longe de se abandonar, se uniu mais a Jesus, convertendo-se em fonte de consolo para os que a rodeavam. Assim, por um tempo, se dedicou a acompanhar, enquanto ainda podia caminhar, a um jovem que sofria com depressão. Depois, entregou todas as suas economias a um amigo que partiu em missão humanitária para a África.

Apesar dos esforços dos médicos, a doença avançou rapidamente e ela perdeu a mobilidade nas pernas. Em julho de 1989, ela sofreu uma forte hemorragia, um sinal de que o fim estava próximo. Assim que teve forças, disse aos pais: "Não chorem por mim. Vou estar com Jesus. No meu funeral não quero que chorem, mas cantem bem alto".

Em sua cama, Chiara rezou pedindo para poder cumprir a vontade de Deus até o último suspiro. No domingo, 7 de outubro de 1990, Chiara morreu acompanhada de seus pais. Seus amigos aguardavam atrás da porta do quarto. Suas últimas palavras para a sua mãe foram: “Tchau. Seja feliz, porque eu sou”.

Chiara Luce Badano foi beatificada em 25 de setembro de 2010. O milagre que levou à sua beatificação foi a cura de um menino italiano com uma meningite grave que estava causando o colapso de seus órgãos. Após os pais da criança pedirem a intercessão de Chiara, ele ficou curado e nenhum dos médicos responsáveis pelo tratamento tinha uma explicação.

3. Venerável Alexia González-Barros

A venerável Alexia González-Barros nasceu em 1971, em Madri, Espanha. Morreu aos 14 anos, em 1985, de um tumor malgino.

Alexia era a filha mais nova de sete irmãos, dos quais dois morreram antes de nascer. Seus pais, Francisco e Moncha, eram supernumerários do Opus Dei.

Em fevereiro de 1985, foi diagnosticada com um tumor maligno que a deixou paralítica em pouco tempo. Morreu em dezembro do mesmo ano, apenas dez meses após ser diagnosticada, na Clínica da Universidade de Navarra, em Pamplona, Espanha.

Durante a sua doença, a jovem ofereceu o seu sofrimento pela Igreja e pelo papa. Diversas biografias destacam a sua fortaleza, paz e alegria, apesar das fortes dores que sofria.

Os seus familiares declararam em diversas ocasiões que suas últimas palavras foram: “Jesus, que eu faça sempre o que Tu queiras”.

Sua causa da beatificação começou na arquidiocese de Madri em 1993 e foi enviada a Roma em junho do mesmo ano. Em julho de 2018, o papa Francisco reconheceu as virtudes heroicas de Alexia, que passou a ser chamada venerável.

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