MADRI, Nov 15, 2005 / 17:07 pm
Autoridades do Executivo anunciaram sua intenção de reduzir as contribuições que a Igreja recebe através da decisão livre dos cidadãos que atualmente lhe destinam uma porcentagem de seus impostos.
Ontem, a Vice-presidenta do Governo espanhol, María Teresa Fernández de la Vega, disse que "se está chegando a um ponto em que as contribuições (à Igreja) já não podem ir a mais e terão que ir a menos" porque, conforme disse, não cumpriu seu "objetivo de auto-financiamento".
Igualmente, o secretário geral do PSOE de Almería, Martín Soler, assinalou que a Executiva provincial do partido pedirá ao Governo de José Luis Rodríguez Zapatero, "que anule as ajudas econômicas à Igreja Católica" já que "não queremos que o Governo, com dinheiro público, financie uma Igreja que se dedica a perseguir, a fazer política e a não cumprir com o Evangelho".
As polêmicas declarações foram publicadas dois dias depois da multitudinária marcha contra o projeto de lei Orgânica de Educação (LOE), que pretende cortar a liberdade dos pais de decidir sobre a educação de seus filhos. Esta manifestação contou com o apoio dos bispos e reuniu mais de um milhão e meio de pessoas.
O Presidente da Comissão de Ensino da Conferência Episcopal Espanhola (CEE) e Bispo da Málaga, Dom Antonio Dourado, disse que as palavras de Fernández da Vega são "inoportunas" e "soam a ameaça".
Em declarações à agência EFE, o Prelado recordou que "o dinheiro que se oferece à Conferência Episcopal não procede do Governo, mas sim da sociedade que livremente assina uma cláusula pondo ‘sim’ na parte que se denigre dos impostos do povo".
Do mesmo modo, explicou que o tema do apoio econômico do Estado não tem "nada que ver" com ter chegado ou não "a um acordo sobre a Lei de Ensino". Indicou que estes são dois assuntos "tratados em capítulos distintos dos acordos Igreja-estado".
Por sua vez, o Presidente do HazteOir (HO), Ignacio Arsuaga, expressou que apoiarão "uma revisão do financiamento da Igreja através dos impostos dos fiéis", se, "em um marco geral de democracia fiscal", faz-se o mesmo com os partidos políticos, sindicatos e o cinema subsidiado.
"As palavras da Vice-presidenta são uma tentativa de coagir a Igreja e a hierarquia eclesiástica, que está defendendo a liberdade dos pais de escolher como educar seus filhos e a qualidade de uma educação à altura da Europa", assinalou.
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