MADRI, Feb 16, 2022 / 15:52 pm
No dia 26 de fevereiro, acontecerá na catedral da arquidiocese de Granada, Espanha, a beatificação de 16 mártires da perseguição religiosa do século XX que ocorreu principalmente durante os anos da Guerra Civil Espanhola (1936-1939).
O lema da beatificação é "Vossa Graça vale mais que a vida". O grupo dos mártires é composto por 14 sacerdotes, um seminarista e um leigo. Um dos padres é José Becerra.
Durante a perseguição religiosa do século XX, que foi especialmente sangrenta nos anos da Guerra Civil Espanhola (1936-1939), muitas igrejas e paróquias da Espanha foram destruídas. Na cidade de Alhama, Granada, Espanha, o padre José Becerra, na época com 61 anos, era pároco.
No verão de 1936, quando começou a Guerra Civil, o padre Becerra foi preso. Dias depois também capturaram um menino de 15 anos, seu nome era Eduardo Raya, que havia sido preso por milicianos republicanos enquanto ia para Alhama buscar alimentos que precisava levar para a fazenda da família.
O jovem foi interrogado e preso a poucos metros de onde o padre estava.
Segundo a arquidiocese de Granada, "na madrugada do dia seguinte, abriram a porta do cubículo onde estava o menino. Aquele era o sinal de que iam dar-lhe o 'passeio', código usado para dissimular que o preso ia ser morto".
Eduardo Raya lembrou emocionado o que aquele padre desconhecido disse aos milicianos: "Não levem esse menino, ele ainda é muito jovem. Levem-me, eu já sou um velho".
O padre José Becerra se ofereceu para trocar a própria vida pela daquele rapaz.
Os sequestradores aceitaram a proposta do padre Becerra "mas, querendo zombar dele, levaram-no para a cidade de Málaga, mais especificamente, para o convento das Mercês, que já havia sido saqueado e queimado alguns anos antes", relatou a arquidiocese de Granada.
Já em Málaga levaram o padre a um bordel para colocá-lo à prova e trair o seu celibato sacerdote. Mas o padre Becerra se manteve fiel.
Depois, prometeram que ele seria libertado se pisasse em uma cruz que colocaram no chão. O padre Becerra recusou e pronunciou uma jaculatória em vez de uma blasfêmia.
Quando terminou a provação, os milicianos colocaram uma corda em seu pescoço e ele foi arrastado para um dos cais do porto de Málaga. Lá ele foi lançado no mar. Seus restos mortais continuam desaparecidos.
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