23 de novembro de 2024 Doar
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Igrejas pedem que Israel retire plano de confiscaria parte do Monte das Oliveiras

Jerusalém | Wikipedia / domínio público

A Custódia Franciscana da Terra Santa e duas outras igrejas cristãs pediram às autoridades israelenses que retirem o projeto que confiscaria as terras eclesiásticas do Monte das Oliveiras, lugar onde começou a paixão de Jesus.

Segundo a agência Fides, serviço noticioso das Pontifícias Obras Missionárias, o projeto da Autoridade Israelense para os Parques e a Natureza (INPA) visa ampliar os limites do Parque Nacional das Muralhas de Jerusalém para incluir uma grande parte do Monte das Oliveiras, juntamente com outras partes dos vales do Cedron e de Hinom.

O projeto será apresentado em 2 de março ao Comitê de Planejamento do Município de Jerusalém para aprovação preliminar.

Na sexta-feira, 18 de fevereiro, o patriarca greco-ortodoxo de Jerusalém, Teófilo III, o custódio da Terra Santa, padre Francesco Patton, e o patriarca armênio de Jerusalém, Nourhan Manougian, enviaram uma carta ao ministro do Meio Ambiente de Israel, Tamar Zandberg, pedindo o arquivamento do projeto.

A carta, publicada pelo jornal The Times of Israel, diz que, embora pertença ao INPA, o projeto "parece que foi proposto, orquestrado e promovido por entidades cujo único objetivo aparente e único propósito é confiscar e nacionalizar um dos lugares mais sagrados para o cristianismo, e alterar a sua natureza".

"Esta é uma medida brutal que constitui um ataque direto e premeditado contra os cristãos na Terra Santa, contra as igrejas e seus antigos direitos garantidos internacionalmente na Cidade Santa", diz a carta. "Com o pretexto de proteger os espaços verdes, o plano parece servir a uma agenda ideológica que nega o status e os direitos dos cristãos em Jerusalém".

Segundo os líderes cristãos, "o Monte das Oliveiras é um dos locais mais sagrados para o cristianismo. Abriga alguns dos santuários mais importantes para os cristãos que, além das restrições necessárias devido à pandemia, são visitados por milhões de peregrinos todos os anos".

"Nossas igrejas trabalham incansavelmente para preservar a sacralidade do momento e sua acessibilidade para peregrinos e visitantes", observou a carta.

Nos últimos anos "sentimos que vários organismos estão procurando minimizar, se não eliminar, quaisquer características não-judaicas da Cidade Santa, tentando alterar o status quo neste monte santo", denunciou o texto.

"Após o fracasso de seus planos, eles voltaram aos seus poderes estatutários, avançando um plano para declarar vastas partes do monte como um parque nacional", acrescentaram.

Os porta-vozes do INPA alegam que o projeto pretende apenas salvaguardar o patrimônio natural e histórico da área do ponto de vista ambiental, e que os direitos de propriedade de particulares ou entidades eclesiásticas às quais as terras estão registradas não seriam formalmente infringidos.

The Times of Israel lembrou que o Parque Nacional das Muralhas de Jerusalém foi inaugurado na década de 1970.

O projeto evitou incluir grande parte da área ao redor do Monte das Oliveiras, onde agora se concentram mais de uma dezena de igrejas, como a Igreja da Agonia, o Getsêmani, o Mosteiro das Irmãs Brigidinas e a Igreja de Viri Galilaei.

Naquela época, as autoridades já haviam considerado uma "fase dois", visando a expansão do parque nacional, mas essa opção foi deixada de lado.

Fides diz que, segundo alguns analistas, o plano de expansão do parque nacional seria uma "estratégia nacionalista mais ampla que visa 'cercar' a Cidade Velha de Jerusalém".

Em sua carta, os líderes cristãos dizem que "não é a primeira vez que o INPA exerce um papel hostil contra as igrejas e a presença cristã na Terra Santa. Lamentamos que uma autoridade tão importante esteja sendo manipulada dessa maneira".

"Em razão do exposto, imploramos que oriente o INPA a retirar o projeto e interromper seu andamento. Solicitamos também que tomem todas as medidas necessárias para que o INPA cumpra sua missão longe de quaisquer considerações políticas e ideológicas que não estejam vinculadas à sua missão, que é promover e proteger a natureza", conclui a carta.

A carta também foi enviada aos cônsules gerais da França, Turquia, Itália, Grécia, Espanha, Reino Unido, Bélgica e Suécia.

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