9 de dezembro de 2024 Doar
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Freira morta por terroristas comunistas no Peru será beatificada em maio

María Agustina Rivas López, Aguchita | Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor

A freira peruana María Agustina Rivas López, conhecida como Aguchita, morta por ódio à fé pelo grupo terrorista comunista Sendero Luminoso em 1990, será beatificada em 7 de maio deste ano, disse a irmã Marlene Acosta, provincial da Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI.

A missa de beatificação "será celebrada em La Florida, na diocese de San Ramón", na região de Junín, na selva central do Peru, disse a superior da ordem a que pertencia Aguchita.

A freira informou que a missa está marcada para 10h e será presidida por um delegado nomeado pelo papa Francisco.

A Irmã Norma Condori, também da congregação de Aguchita, disse à ACI Prensa que, na sexta-feira 6 de maio, será realizada uma vigília de oração na catedral do vicariato apostólico de San Ramón.

A beatificação será celebrada um ano depois da aprovação pelo papa do decreto que reconhece o martírio de irmã Aguchita.

A vida da futura beata

María Agustina Rivas López nasceu em 13 de junho de 1920 em Coracora, na região de Ayacucho, no planalto sul do Peru.

Fez os votos na Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor aos 25 anos. Serviu como missionária por muitos anos na área de Barrios Altos, no centro de Lima. Às noites ordenava seu trabalho e rezava. Em suas intenções sempre pedia pela fidelidade dos padres.

Em 1987 mudou-se para a cidade de La Florida. Eram tempos de grande violência devido aos terroristas do Sendero Luminoso.

O Partido Comunista do Peru-Sendero Luminoso, uma das organizações terroristas mais sangrentas do século XX, iniciou sua onda de violência em 1980 e causou dezenas de milhares de mortes em todo o Peru.

Em 1992, seu líder, Abimael Guzmán, que se autodenominava "Presidente Gonzalo", foi capturado. Desde então, o grupo terrorista perdeu a maior parte de sua força militar e se retirou para a região do Vale dos Rios Apurímac, Ene e Marañón (VRAEM), no sul do Peru. Hoje está mais ligada ao narcotráfico do que à violência política.

Seu lema era "Pela trilha luminosa (sendero luminoso, em espanhol) de Mariátegui", em referência a José Carlos Mariátegui, escritor e fundador do Partido Socialista Peruano na segunda década do século XX.

Membros do grupo terrorista muitas vezes entravam nas aldeias e faziam "julgamentos populares", nos quais os membros decidiam quais aldeões deveriam ser mortos.

Em 27 de setembro de 1990, quando Aguchita tinha 70 anos, um grupo do Sendero Luminoso entrou em La Florida e matou muitas pessoas.

A lista dos terroristas do Sendero Luminoso tinha seis nomes. Um era o da irmã Luísa. Como não a encontraram, levaram Aguchita em seu lugar.

Eles a acusaram de ajudar os pobres e falar com os asháninka, uma comunidade nativa contrária ao Sendero Luminoso. Uma mulher de 17 anos a matou com cinco tiros

Um ano antes, durante um retiro espiritual, Aguchita havia escrito uma mensagem profética para sua superiora provincial, irmã Delia. "Espiritualmente, estou prestes a dar passos de gigante. Parece que estes serão os últimos dias da minha vida."

"Os anos se passaram e digo a mim mesma que o Senhor me trouxe aqui para me satisfazer na velhice, antes de morrer, enfim, sou barro em suas mãos", escreveu a futura beata.

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