25 de novembro de 2024 Doar
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Bento XVI pede lembrar com maior força o bem recebido do que o mal sofrido

Ao celebrar a audiência geral de hoje na Praça de São Pedro ante mais de 22 mil pessoas, o Papa meditou sobre o Salmo 135, "Ação de graças pela salvação obrada por Deus" e pediu que nossa memória sobre o bem recebido de Deus seja mais forte do que a lembrança sobre o mal sofrido.

Ao refletir nesta ocasião sobre a segunda parte do salmo, o Santo Padre destacou "a presença de Deus na história da salvação", que se manifesta no êxodo do povo de Israel do Egito, a passagem do Mar Vermelho e a viagem através do deserto.

"Deserto e mar –disse– representam a passagem através do mal e da opressão para receber o dom da liberdade e da terra prometida".

"No tempo da 'humilhação', quer dizer, das sucessivas provas e opressões, Israel descobrirá sempre a mão salvadora do Deus da liberdade e do amor", disse o Pontífice.

Neste salmo, continuou o Papa, "entrelaçam-se duas modalidades da única Revelação divina: A cósmica e a histórica. O Senhor é transcendente como criador e árbitro do ser; mas também se encontra próximo das suas criaturas, entrando no espaço e no tempo. Mais ainda, sua presença entre nós alcança seu cume na Encarnação de Cristo".

"Corremos o perigo de que nossa memória sobre o mal sofrido seja com freqüência mais forte do que a memória sobre o bem. O salmo suscita em nós a memória do bem, de todo o bem que o Senhor nos fez e nos faz para que finalmente possamos conhecer o que diz o salmo com alegria: É verdade, a misericórdia de Deus é eterna, está presente dia após dia", explicou o Santo Padre.

Ao considerar a proximidade de Deus na história do ser humano, o Papa disse que os Pais da Igreja “vêem o vértice da história da salvação e o sinal supremo do amor misericordioso de Deus Pai no dom de seu Filho como salvador e redentor da humanidade".

Depois de lembrar que São Cipriano, em seu tratado sobre "As obras de caridade e a esmola", "contempla com estupor as obras que Deus realizou em Cristo seu Filho a favor de seu povo", o Papa disse espontaneamente que "com estas palavras o santo doutor da Igreja acrescenta algo ao que diz o salmista, que o verdadeiro dom do filho de Deus é o dom da Encarnação, no qual se entregou a nós e permanece conosco na Eucaristia, em sua Palavra, todos os dias até o final da história".

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