24 de novembro de 2024 Doar
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Bispo colombiano critica despenalização do aborto: ‘homicídio é homicídio’

Dom Francisco Antonio Ceballos Escobar, bispo de Riohacha, Colômbia, e presidente do Departamento para a Promoção e Defesa da Vida da Conferência Episcopal da Colômbia, criticou a Corte Constitucional por aprovar o aborto e a eutanásia no país e convocou o governo a defender o "direito inviolável" à vida desde sua concepção até seu fim natural.

Em 21 de fevereiro, a Corte Constitucional colombiana decidiu que o aborto até seis meses ou 24 semanas de gravidez não mais será punido de acordo com a lei ainda em vigor no país. A decisão da Suprema Corte foi dada por 5 votos a favor e 4 votos contra em uma sessão extraordinária marcada pelo protesto pró-vida "O Silêncio dos Inocentes" e manifestações de grupos feministas em frente à Corte em Bogotá.

Ontem, 24 de fevereiro, a diocese de Riohacha divulgou um vídeo em seu canal no YouTube no qual dom Ceballos criticou a Corte Constitucional colombiana por aprovar o aborto até 6 meses de gravidez.

O bispo destacou que "na infância aprendemos que a vida é um dom de Deus" e que "deve ser respeitada desde a concepção até a morte natural". "É importante reafirmar que o quinto mandamento da lei de Deus está em vigor e que o artigo 11 da Constituição não foi revogado" na Colômbia. O quinto mandamento é: Não matarás. 

"Até agora, os seres humanos sempre admitimos o valor objetivo, inalienável e supremo da vida humana", disse ele. "No entanto, nestes tempos pós-modernos de grande confusão em termos de princípios morais, por causa do relativismo em que vivemos, surgem ideias contra a vida", disse.

O buispo denunciou o uso de eufemismos para mascarar o aborto, que é um assassinato, e lamentou que essa realidade gere grande confusão na sociedade.

"Matar é matar e homicídio é homicídio, embora a vileza do ato pretenda se revestir de uma elegância coberta de palavras e expressões cheias de novidades", disse.

"Isso é claro, não existe um chamado à interrupção voluntária da gravidez, mas um aborto. Não existe uma curetagem, mas sim um aborto que mata uma vida humana voluntariamente", destacou.

"Agora a Corte tira a máscara e despenaliza o aborto até os seis meses de idade gestacional do bebê, ignorando a razão natural e a embriologia humana que afirma como ciência que esse indivíduo pertence à raça humana e, como tal, está sujeito a direitos e devem ser respeitados", afirmou.

Para o bispo, a Corte Constitucional não vai apenas contra a ciência, mas também contra o bom senso e a razão. "Tertuliano já disse: 'Como pode alguém que está a caminho de ser não chegar a ser?' E o papa Francisco: 'Basta a razão para reconhecer o valor inviolável de qualquer vida humana'", disse ele.

Dom Ceballos também criticou liberação da eutanásia pela Justiça colombiana. Em julho de 2021, a Corte Constitucional permitiu a eutanásia para pacientes não terminais.

"Vivemos definitivamente um momento histórico de grande confusão em termos de princípios morais", disse o bispo.

Finalmente, o bispo exortou o governo a reconhecer que foi cometido um grave mal e a agir para proteger o direito constitucional à vida em todas as suas fases

"Se o Estado está comprometido em salvaguardar e promover a dignidade da pessoa, deve cumprir seu dever constitucional de defender a vida como um direito inviolável, como diz a constituição colombiana, mas desde o momento da concepção até a morte natural", disse.

"É que quando uma pessoa mata outra, incorre objetivamente em culpa grave, embora os sábios do momento, os legisladores ou as altas cortes justifiquem ou descriminalizem o ato. Sim, a vida humana deve ser respeitada desde a concepção até a morte natural", concluiu.

A despenalização do aborto pela Justiça gerou críticas de organizações em defesa do direito à vida, assim como do presidente da Colômbia, Iván Duque, e da Conferência Episcopal da Colômbia (CEC).

"Estamos diante de uma decisão que diz respeito a toda a sociedade colombiana e cinco pessoas não podem propor algo tão atroz para uma nação como permitir que uma vida seja interrompida até no sexto mês de gravidez", disse o presidente em 22 de fevereiro.

Nesse mesmo dia, a Conferência Episcopal da Colômbia (CEC) disse que "o aborto direto é um ato imoral e uma prática violenta contra a vida" e que não respeitar o direito constitucional à vida desde a concepção "é uma ofensa à dignidade humana".

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