26 de dezembro de 2024 Doar
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As pessoas ainda querem se confessar em meio à guerra, diz bispo da Ucrânia

Refugiado da Ucrânia | ACN

A missão pastoral continua em meio à guerra e muitas pessoas ainda querem se confessar, disse dom Pavlo Honcharuk à fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) na Itália.

Kharkiv é uma das cidades ucranianas mais afetadas pela guerra. Desde o início da invasão russa, vários edifícios foram destruídos ou danificados. Um deles foi a casa do bispo da diocese católica de Kharkiv-Zaporizhzhia, atingida por um míssil russo nos primeiros dias da guerra.

A ACN enviou uma ajuda de emergência à diocese para cobrir despesas de gás, luz, água e alimentação para ajudar outras pessoas.

Falando à fundação pontifícia, o bispo de Kharkiv, dom Pavlo Honcharuk, explicou que "todos os dias as pessoas vêm procurando uma saída da cidade. Há tiros constantes, as janelas tremem como se o vidro estivesse prestes a cair. Já nos acostumamos com esse barulho. Até ficamos desconfiados quando a situação está calma, ou seja, quando não sabemos o que está acontecendo", disse.

"Sempre visitamos as pessoas na estação de metrô, onde moram e dormem nos trilhos e nos vagões. Lá rezamos juntos com os outros, católicos e ortodoxos. Estamos recebendo ajuda humanitária - remédios, alimentos, fraldas, etc. - que nos chega do oeste da Ucrânia", disse o bispo.

Honcharuk também disse que os hospitais estão abertos e que a diocese visita com frequência os doentes. "Ontem conseguimos entregar produtos sanitários ao hospital psiquiátrico, onde as pessoas estão sem produtos de higiene há vários dias. O diretor nos agradeceu com lágrimas nos olhos. Esta é agora a nossa missão", disse.

"Eu vejo muitos traumas nas pessoas, em seus olhos, em seus rostos. Principalmente as crianças sofrerão as consequências depois. Definitivamente haverá doenças psiquiátricas depois da guerra", disse ele.

Apesar da situação, o bispo disse que "as pessoas ainda querem se confessar" e disse que neste momento "é importante rezar e sobreviver para ajudar as pessoas que estão sozinhas e não têm ninguém para ajudá-las".

"Há tanta necessidade, não só de coisas materiais, mas também de bondade, de calor humano, de uma palavra amável, de um abraço, de um telefonema... Assim testemunhamos a presença de Deus, que ele está conosco. É uma forma de transmitir o Evangelho. Este é o nosso trabalho pastoral hoje. Há muitas testemunhas de amor. Há muitas coisas bonitas que acontecem aqui", concluiu.

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